Polícia volta a ouvir assessores de Carlos Bolsonaro no caso Marielle

Em carta, a família de Marielle diz que uma eventual federalização do caso representará um "retrocesso lamentável"

A Polícia Civil do Rio de Janeiro vai ouvir novamente assessores do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, no caso da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), em março de 2018.

O novo depoimento ocorre após série de revelações sobre a ligação da família Bolsonaro com os assassinos de Marielle e do motorista Anderson Franco.

Polícia investiga ligação de Carlos Bolsonaro na morte de Marielle
Créditos: Reprodução
Polícia investiga ligação de Carlos Bolsonaro na morte de Marielle

De acordo coma revista Exame, a polícia tenta entender melhor como era a relação entre Carlos Bolsonaro e a Marielle, que eram vizinhos de gabinete na Câmara do Rio e teriam se envolvido em uma discussão no corredor do prédio.

Monica Benicio, viúva da vereadora, foi ouvida pela polícia no dia 29 de outubro. Outras pessoas ligadas a vereadora também foram convocadas novamente para depor.

O filho do presidente Jair Bolsonaro diz que o episódio com o assessor tratou-se de uma “discussão sem desdobramentos”.

Nesta quarta-feira, 20, o colunista Kennedy Alencar, da Rádio CBN, revelou que a Polícia Civil trabalha com a hipótese do envolvimento de Carlos Bolsonaro no assassinato de Marielle.

De acordo com o colunista, a linha de investigação mostrou que o vereador teria relação próxima com Ronnie Lessa, acusado de ter disparado contra Marielle e Anderson. A polícia trata com cautela essa hipótese, mas ela faz parte da apuração do caso.

Federalização do caso Marielle

A família de Marielle enviou uma carta a ministros do STF (Superior Tribunal de Justiça) afirmando que a eventual federalização do caso representará um “retrocesso lamentável”.

Atualmente as investigações são conduzidas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. As informações colunista Andréia Sadi, no portal G1.

“Reafirmamos, por meio desta carta, o nosso desejo de que as investigações sobre esse crime brutal não sejam federalizadas e que permaneçam sob a responsabilidade da Polícia Civil e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro”, disse trecho.

A carta é assinada por cinco parentes de Marielle. Entre eles a viúva da vereadora, Monica Benício, e a irmã Aniele dos Reis. A carta foi entregue pelo deputado Marcelo Freixo (PSol-RJ) à ministra Laurita Vaz, relatora do caso.