Por mais luz e segurança nas ruas, ‘lanternaço’ denuncia descaso do poder público em Heliópolis

Com lanternas em punho, grupo de mulheres percorrerá ruas do bairro consideradas escuras e inseguras para transitarem sozinhas

Longe da região central, a periferia de São Paulo resiste a uma rotina de descasos: da porta de casa, à sala de aula, aos hospitais, os problemas são muitos. No Heliópolis, Zona Sul de São Paulo, acontece nesta quarta-feira,10 de setembro, um “Lanternaço”, a partir das 18h, pelas ruas da maior favela da capital paulista. O objetivo: denunciar falhas na iluminação pública na região.

Campanha de divulgação do projeto

A ação integra parte da campanha Seguras para as Mulheres, realizada pela organização humanitária ActionAid, em parceria com a UNAS Heliópolis, buscando melhoria dos serviços públicos nos espaços urbanos, além da luta contra a violência de gênero.

Para o ato de amanhã, aproximadamente, 100 mulheres sairão da Rua Flor do Pinhal, próximo ao Centro da Criança e do Adolescente unidade Lagoa. Ao final da caminhada, elas entregarão um documento com reivindicações ao subprefeito do Ipiranga, Alcides Gaspareto e para o departamento de iluminação pública do município. “Assim como em outras regiões do país, a questão da falta de iluminação nas ruas representa um risco direto para as mulheres, sempre vítimas de algum tipo de violência, casos de estupro e outras ocorrências”, explica assessora do programa ActionAid e participante do Fórum de Reforma Urbana, Gabriela Pinto.

Os números da escuridão

Em pesquisa realizada apenas na região de Heliópolis, 52% das mulheres vivem em ruas mal iluminadas; outras 64% revelaram desviar seus caminhos por conta de alguns trechos mal iluminados.

Outro importante dado da pesquisa aponta que 100 % das entrevistadas afirmaram que a iluminação aumenta a segurança. Para finalizar, 54% responderam que a falta de qualidade dos serviços públicos aumenta o número de casos de estupro, assalto ou assédio.

Ainda, segundo informações da Segurança Pública de São Paulo, de janeiro a julho deste ano, relatou-se 5.878 casos de estupro no estado, em uma média de 33 ocorrências todos os dias.