Por onde for

Paulistano, nascido em setembro de 1985, aos 13 anos Heitor Yida roubava

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O artista Heitor Yida
O artista Heitor Yida

folhas sulfite da mesa de seu pai, pondo-se durante horas a copiar seus personagens favoritos dos quadrinhos e da televisão. Cansados dos furtos, seus pais decidiram matriculá-lo na antiga “Fábrica de Quadrinhos” – localizada na zona sul da cidade de São Paulo, atual “Quanta Academia de Artes” – onde teve a oportunidade de conhecer muita gente talentosa e experiente.

Uma de suas primeiras experiências com o spray e látex foi durante o ano comemorativo de 500 anos do Brasil, na ocasião, cursando a sétima série do ensino fundamental no Sesi, unidade Catumbi, fora convidado, junto a mais três amigos, a pintar um muro alto e comprido, comemorativo, ao longo de duas semanas. Este muro permaneu por mais de 10 anos até que o cobrissem de branco novamente, sem qualquer registro fotográfico de seus autores.

Em 2002, frustrado em cursar somente o ensino médio da Escola Técnica Estadual Carlos de Campos, no bairro do Brás, zona leste de São Paulo, pois não foi aprovado no processo seletivo do concorrido curso técnico de Desenho Industrial daquela instituição. Ao concluir o colegial, sua atenção voltou-se à procura de alguma faculdade que abrisse, finalmente, uma porta de entrada para o mercado de trabalho.

Em 2004 foi cursar Mídias Digitais, bacharelado em Arte e Tecnologia pela PUC-SP. Seu trabalho de conclusão de curso foi um vídeo de animação, intitulado “Promessa/Decadência”, sobre a cidade de São Paulo e a relação com seus habitantes, tendo 1 minuto de duração, realizado com a colaboração de amigos.

Sem conseguir parar de riscar, a parede de sua sala é enfeitada com pinturas do desenhista, seu quarto é regido por livros e sketchbooks. Na hora do trabalho, segue para o ateliê do eclético designer Carlo Giovani e ajuda na confecção de ilustrações e animações. “O primeiro trabalho em design gráfico foi após um ano trabalhando na loja, depois de ler muitos quadrinhos durante o expediente, fui confiante à uma entrevista para uma vaga de estágio em ilustração no antigo Estúdio MOL, durante o segundo ano da faculdade, ali me interessei pelo universo de ilustração e resolvi me dedicar a isso”, conta.

Fascinado com o mundo das imagens, Heitor procura utilizar como suporte materiais acessíveis e que encontra pelas ruas, como um toco de árvore ou um caixote de madeira. Para mais acesse: www.flickr.com/photos/heitoryida

Texto escrito pelo artista Heitor Yida.