‘Precisamos de empatia’, diz mãe julgada por estranha

A imagem do bilhete deixado por uma entranha na mesa de uma mãe que jantava com sua família está repercutindo nas redes sociais por trazer à tona situações ainda comuns ao mundo materno: mães sendo julgadas, e pais sendo desresponsabilizados dos cuidados dos filhos.

Imagem do bilhete

Fernanda Monteiro, a mãe que recebeu o bilhete e compartilhou a imagem no seu perfil do Facebook, relatou que jantava com seu marido e filho, quando foi abordada pela senhora que a deixou o bilhete.

“Restaurante do lado de casa, fomos a pé. Eram 20:00 quando meu marido chegou do trabalho, momento em que meu filho estaria se preparando pra dormir, pois já tinha brincado, jantado, tomado banho…enfim, só que eu tive a “ousadia” de sair pra jantar com meu marido e uma criança com sono. Levamos um tablet, que não surtiu muito efeito pois meu filho logo dormiu em 3 cadeiras que ajeitei ao meu lado pra ele. Uma senhora loira, que jantava sozinha, ao sair, me deixou esse recadinho agressivo que vocês leem na imagem”.

No relato, Fernanda afirma que, além do conteúdo do bilhete e da invasão de entregá-lo, também chocou-se com o fato dele se referir apenas à ela, a mãe da criança. “Não é estranho que não esteja escrito: “Vocês são péssimos pais”?”, questiona no comentário.

“É muita maldade julgar a vida alheia. É muita maldade menosprezar os homens enquanto pais – acredito que meu marido e tantos outros são tão responsáveis quanto eu na criação dos nossos filhos – e se orgulham disso”, disse.

Rapidamente o post com a foto do bilhete viralizou. Em entrevista ao Catraquinha, Fernanda contou que não esperava tamanha repercussão, mas que acredita ser uma coisa boa, pois faz com que as pessoas parem para pensar sobre esse tipo de situação.

“Recebi muitas mensagens de apoio, acredito que as mães se sentiram atingidas também”, disse. “Porém muitas mensagens atacando demais a tal mulher com outros julgamentos que são ruins também, como velha, mal amada, se está sozinha então é por que é chata, não tem família, enfim… Não acho que a questão era essa”, comentou.

“Essa pessoa pra mim representa várias pessoas. Pessoas que são duras demais com os outros, intolerantes. E nossa sociedade está cheia disso. Em vez de críticas, estamos precisando de mais empatia, de mais amor e respeito pela diversidade de modos de existir”, finalizou.

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