Procon SP notifica Rappi e Uber por morte de entregador

Thiago de Jesus Dias passou durante o trabalho e teve socorro negado

Os aplicativos Rappi e Uber foram notificados pelo Procon-SP para investigação sobre a morte do entregador Thiago de Jesus Dias, de 33 anos, que passou mal durante serviços prestados à Rappi.

Acontece que um Uber foi chamado para o socorro do rapaz, mas o motorista negou ajuda.

Thiago de Jesus Dias tinha 33 anos e trabalhava no momento em que passou mal e faleceu
Créditos: Reprodução/TV Globo
Thiago de Jesus Dias tinha 33 anos e trabalhava no momento em que passou mal e faleceu

De acordo com o “G1”, a entidade procura saber detalhes sobre as condições de trabalho de Thiago e se o motorista do aplicativo já foi identificado.

De acordo com o “SP1”, da Globo, agora, as empresas têm 72 horas para responder a notificação.

Ainda segundo a publicação, até o momento, a Rappi disse que lamenta a morte do entregador e que está à disposição das autoridades para esclarecer o caso.

Em nota enviada à Catraca Livre, a Uber informa que já registrou “inúmeros casos em que motoristas parceiros levaram pessoas a hospitais e unidades de pronto atendimento”.

A empresa diz ainda que “a plataforma não substitui nem deveria substituir os serviços de emergência” e que, no caso do entregador Thiago, “todos os relatos divulgados até o momento apontam que os serviços de emergência já tinham sido acionados muito antes”.

Confira abaixo a íntegra da nota da Uber:

Registramos inúmeros casos em que, utilizando o aplicativo da Uber, motoristas parceiros levaram pessoas a hospitais e unidades de pronto atendimento. No entanto, é imprescindível esclarecer que a plataforma não substitui nem deveria substituir os serviços de emergência. Casos dessa natureza demandam atendimento especializado, com veículos e profissionais com preparação adequada. Por isso, em caso de necessidade, recomendamos que sejam acionados os canais de emergência apropriados, que têm o dever de prestar o socorro demandado de forma qualificada. No caso específico do entregador Thiago, inclusive, todos os relatos divulgados até o momento apontam que os serviços de emergência já tinham sido acionados muito antes.

Motoristas parceiros não são profissionais de saúde capacitados a avaliar o estado das vítimas nem dominam os protocolos desse segmento para cada caso, e os veículos utilizados no transporte via app não são adaptados para substituir ambulâncias.Inclusive, realizar o transporte de vítimas em substituição ao serviço de emergência é muitas vezes desestimulado por especialistas em razão da possibilidade de agravamento do quadro de saúde do paciente. Nos manuais de primeiros socorros – como o da FioCruz, que trata de acidentes, por exemplo – destaca-se a necessidade de, no atendimento, se atuar para “prevenir danos maiores”, e recomenda-se “Não tentar transportar um acidentado ou medicá-lo. O profissional não médico deverá ter como princípio fundamental de sua ação a importância da primeira e correta abordagem ao acidentado, lembrando que o objetivo é atendê-lo e mantê-lo com vida até a chegada de socorro especializado, ou até a sua remoção para atendimento.” Suspeita de infarto ou AVC também estão listados entre os motivos para acionar o resgate no próprio site do SAMU.

Por fim, a Uber esclarece que os motoristas parceiros são independentes e autônomos. Eles contratam o aplicativo para gerar renda e têm autonomia para decidir quando ficam online e, assim como os usuários, têm a prerrogativa de cancelar qualquer solicitação de viagem, desde que respeitados os Termos & Condições e Código de Conduta do aplicativo.”