Carioca faz petição pra marca ter produtos das jogadoras mulheres
Goleada de 132 a 0! Este foi o espanto da professora de arte do Rio de Janeiro, Morgana Eneile, ao pesquisar produtos relacionados ao Neymar e à Marta na loja virtual da Nike no Brasil.
A marca é a patrocinadora e fornecedora oficial do uniforme da seleção brasileira de futebol. “Eu realmente já esperava uma distorção entre peças dos jogadores masculinos em comparação às femininas. Mas, de forma nenhuma, ver que não há nada da maior jogadora de todos os tempos”, relata. Ela decidiu então criar um abaixo-assinado na Change.org para pressionar a empresa a vender a camisa da Marta. Já conseguiu mais de 14 mil apoios.
A petição está em www.change.org/CamisaDaMarta.
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Morgana tem dois filhos homens e considera importante que eles também tenham o hábito de usar roupas que remetam ao esporte feminino. “Preciso que meus filhos saibam que jogar como mulher é tão grande como homens. A Olimpíada foi um momento fundamental para despertar esta percepção neles, mas o debate não pode parar”, comenta a professora.
A repercussão da mobilização fez a Nike se posicionar no próprio abaixo-assinado. A empresa diz que “não produz nenhuma camisa, seja masculina ou feminina, com customização prévia de nome e/ou número de qualquer atleta. Toda a parte de customização é um serviço prestado diretamente nas lojas ou no site nike.com, onde qualquer consumidor tem a escolha de colocar o número e nome que quiser.” Mas, para Morgana, esta resposta não é suficiente. “É muito mais que uma questão comercial. É sobre representatividade. Queremos equidade em todos os espaços e, muitas vezes, estes detalhes passam despercebidos. É preciso desconstruir coisas que são naturalizadas. Tanto o ‘placar’ da ferramenta de busca da loja quanto este retorno da Nike mostram que a empresa ainda não compreendeu o que é equidade de gênero.”, defende ela.