Projeto convida mulheres em SP para gravarem depoimentos sobre assédio

Uma van-estúdio vai circular em cinco pontos estratégicos da capital paulista para coletar relatos de vítimas de assédio sexual

Por: Redação

Após campanhas feministas repercutirem pelas redes sociais, cada vez mais mulheres têm denunciado casos de abuso sexual dos quais foram vítimas. Para ampliar esse movimento, a produtora Mira Filmes lançou o projeto “Precisamos falar do assédio“, que pretende levar o tema para as diferentes regiões da cidade de São Paulo.

Na Semana da Mulher, de 7 a 11 de março, uma van-estúdio visitará cinco locais da capital paulista para colher depoimentos de mulheres que sofreram qualquer tipo de assédio. Consulte os endereços e horários neste link.

Em entrevista ao Catraca Livre, a jornalista e documentarista Paula Sacchetta explica como surgiu a iniciativa. “Percebemos a necessidade de se falar mais sobre esses temas, de todo tipo de violência contra a mulher. Ficamos com vontade de fazer um projeto que tirasse isso das redes sociais e começasse a ocupar os espaços da cidade”, afirma.

O objetivo é levar o tema do assédio para diferentes regiões da cidade
Créditos: Heloisa
O objetivo é levar o tema do assédio para diferentes regiões da cidade

A ideia é deixar as participantes à vontade e sozinhas dentro do veículo no momento da gravação. Quem não quiser mostrar o rosto pode vestir uma das máscaras disponíveis, assim como usar um equipamento para distorcer a voz. Do lado de fora da van, uma representante da Secretaria de Políticas para as Mulheres vai oferecer orientação e encaminhamento às interessadas.

Depois da gravação, os depoimentos serão editados em um vídeo com legendas, que será́ exibido em projeções simultâneas e ao ar livre em prédios e muros pela cidade. As falas individuais e o filme editado ficarão, depois, disponíveis neste site.

Os depoimentos serão transformados em um vídeo

“O vídeo é importante por poder ser projetado e ocupar a cidade. Se você não quer ler um relato de assédio no Facebook, ele vai ser projetado em um prédio e você vai ter que, inevitavelmente, passar por ele, escutá-lo e quem sabe, começar a perceber que isso não pode ser normal, não pode ser aceitável e não pode fazer parte do dia-a-dia de nós mulheres”, ressalta Paula Sacchetta.

As histórias também serão divulgadas pelas redes sociais com a hashtag #precisamosfalardoassédio. Além disso, por meio do portal, instituições interessadas (CEUs, bibliotecas, cineclubes, centros culturais) poderão solicitar a exibição do vídeo.