Saiba como é a Cracolândia com o forte relato deste ex-viciado

Escritor e humorista que já foi viciado em crack faz relato contundente sobre drogas e o problema da Cracolândia

Por: Jonas Carvalho
Márcio Américo

O crack é uma droga que destrói vidas e famílias, além de agravar grandes problemas sociais. E um grande exemplo das consequências do uso da substância é a Cracolândia, em São Paulo.

Em meio à repercussão das mais recentes ações da prefeitura e do governo estadual, classificadas de higienistas e violentas, poucos relatos dão a real dimensão deste problema igual ao feito nesta semana por este ex-viciado.

Márcio Américo é, antes de um ex-viciado, escritor e humorista. Ele já contou que “o álcool é a porta de entrada para outras drogas, e não a maconha”, ao contrário do que muita gente pensa. Ele afirmou que teve o primeiro “porre” na infância.

Mas em um vídeo publicado no último dia 30 de maio, ele traz um relato esclarecedor e contundente sobre os problemas relacionados ao crack e, consequentemente, à Cracolândia:

“Eu vivi, infelizmente, algum tempo na Cracolândia, no início de 2000”, diz Américo no começo da gravação.

Em seguida, ele afirma que já está “limpo” da droga. Droga esta que “é o lixo da cocaína”. O seu relato segue mostrando os efeitos que um usuário de crack sente em seu organismo e as consequências do consumo: “provoca uma espécie de curto circuito no cérebro”.

Depois, ele comenta as ideias de internação compulsória, defendidas pela gestão do prefeito João Dória.

Segundo a sua experiência, apenas entre “7% e 8%” dos que são internados voluntariamente em clínicas ou similares para tratamento contra as drogas conseguem se manter longe delas por longos períodos. “Imagina que for internado à força… Aí, vamos chegar a 0% (…) você obrigar uma pessoa a ser internada é garantia zero de que ela vá se recuperar”.

Américo segue mostrando um panorama da Cracolândia a partir de quem está dentro dela, ao contrário da opinião média da população ou de agentes que tentam resolver o problema.

“Eu vi. Eu estive lá”, diz. “A Cracolândia não é só aquilo que você está vendo. O buraco é mais embaixo”.

Confira o relato completo:

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