Atriz Samara Felippo comenta culpa materna: ‘dia de ausência dói’

Precisar recorrer ao celular para entreter o bebê, atrasar a vacina, esquecer a data da reunião da escola, comer doce escondido das crianças. Todas essas culpas fazem parte da vida de quem tem filhos, porém, considerando a desigualdade de gênero que ainda marca a divisão de cuidados e a percepção social do papel da mãe, é evidente que elas recaem principalmente sobre a mulher.

Com o fim do ano, outra culpa chega para somar a essas: a necessidade da ausência. Aumentam os compromissos, e no calendário parece faltarem dias para tanta coisa. Mais um motivo de angústia e um reforço da culpabilização materna que impera na sociedade.

Um desabafo sincero e necessário para desatar o nó na garganta de muitas mães.

A atriz Samara Felippo, militante ativa da maternidade consciente, publicou em seu Instagram um texto sobre um assunto, num texto que é ao mesmo tempo um desabafo e uma tentativa de apaziguar outras mulheres que sofrem por não poderem estar em todos os lugares o tempo todo.

“Dia de ausência dói. Ainda mais aquela ausência mais sentida, onde você se sente uma merda de mãe e a única e mais amada do mundo. Eita maternidade louca”, escreveu.

A atriz compartilha que não poderá comparecer à apresentação de fim de ano de uma das filhas, e chama a atenção para um sentimento comum à maioria das mães.

“Detalhe: eu NUNCA faltei. E não estou aqui julgando nenhuma mãe que não vai, seja pelo motivo que for, mas eu sempre pude e gosto de estar ali porque sei que ela se sente segura”.

Para inspirar outras famílias, Samara divide como lidou com a questão em casa, já que sua ausência foi sentida pela filha, e reforça a importância de um diálogo aberto e sincero sobre as responsabilidades dos pais e as escolhas que fazem parte inevitável da vida.

“Conversamos muito, ela chorou muito, eu chorei, ela pensou em desistir e eu dei a ela a escolha de desistir, até porque vi o quanto ela estava “sofrendo” por aquilo e ela só tem 8 anos. Dei todos os conselhos que achei prudente, expliquei o “porque” da mamãe não poder dessa vez, ouvi coisas lindas dela, estudamos as musicas dela juntas, tentei tirar o peso que ela estava dando a tudo aquilo, disse pra ela se divertir e me contar tudo depois”, escreveu.

O texto termina com um alerta sobre a importância de praticar uma educação empática e a responsabilidade afetiva com as crianças.

“Pensem em como vocês estimulam seus filhos. Pensem no que vão dizer para deixa-los seguros pra essa vida. Escutem seus filhos”.

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