São Paulo celebra Dia Nacional da Consciência Negra

13ª edição da Marcha da Consciência Negra sai às ruas de São Paulo neste domingo, a partir das 11h, no Vão Livre do MASP

Neste domingo, 20, acontece a 13ª Marcha da Consciência Negra, a partir das 11h, no Vão Livre do MASP. O evento, organizado por entidades e ativista anti-racistas, saem às ruas para celebrar a memória e a luta de Zumbi dos Palmares, assassinado no dia 20 de novembro de 1695, aos 40 anos.

Incluída no calendário escolar nacional em 2003, a data foi oficializada apenas oito anos mais tarde, quando por meio da Lei 12.51 instituiu-se o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Entretanto, dos 5.509 municípios brasileiros, apenas 1.074 adotam a data como feriado.

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Nesta data, que propõe uma reflexão sobre a cultura negra e seu impacto na formação da sociedade brasileira, relembre o legado do líder da república dos Palmares.

Zumbi: vida e morte do líder dos Palmares (Informações: Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades)

“A cronologia da morte de Zumbi dos Palmares começa mesmo antes de seu nascimento. Em 1600, escravos negros foragidos dos engenhos de açúcar de Pernambuco fundam, na Serra da Barriga (CE), o Quilombo dos Palmares – 30 mil passam a morar na região.

Em 1644, após 14 anos de presença no nordeste brasileiro, os holandeses falham na invasão ao Quilombo. Em 1654, eles são expulsos pelos portugueses do nordeste. Zumbi nasceu em 1655, em um dos acampamentos no Quilombo.

Ainda jovem, ele foi aprisionado em 1662 e dado ao padre Antonio Melo que o batizou como Francisco. Ele ensinou ao jovem latim e português e, por sua vez, passou a ajudar o sacerdote em suas missas.

Durante 14 anos, entre 1680 e 1694, Zumbi liderou a República dos Palmares retaliando e afastando os ataques das tropas portuguesas. Porém, em 1694, com apoio da artilharia, os portugueses derrotaram Zumbi e destruíram a República dos Palmares.

Ferido e derrotado na Cerca do Macaco – principal mulambo dos Palmares – Zumbi ainda consegue fugir dos militares portugueses comandados por Domingos Jorge Velho e Vieira de Mello.O líder negro ainda conseguiu viver durante um ano, até ser denunciado por um antigo companheiro. Zumbi foi localizado pelos portugueses, preso e degolado em 20 de novembro de 1965.

Zumbi lutou até a morte contra a escravidão, que só viria em 1888, com a abolição oficial da escravatura no Brasil, cerca de 193 anos após sua morte”.