“Sou especialista em passar por frestas”, ressalta Marina Silva  

Candidata à Presidência pela Rede Sustentabilidade, Marina Silva conversou com jornalistas na tarde desta terça-feira, 28, em São Paulo

Marina Silva: “Se eu chegar lá, não estarei de brincadeira. Aqueles que eu estou enfrentando, eles têm muito, sabem muito. Mas uma coisa eu sei que eu não perco para eles”.
Créditos: José Cruz/ Agência Brasil
Marina Silva: “Se eu chegar lá, não estarei de brincadeira. Aqueles que eu estou enfrentando, eles têm muito, sabem muito. Mas uma coisa eu sei que eu não perco para eles”.

Em meio à corrida pela disputa presidencial, a candidata Marina Silva, da Rede, participou de uma sabatina realizada pelo jornal O Estado de S. Paulo, em parceria com o Fundação Armando Álvares Penteado, na tarde desta terça-feira, 28, em São Paulo.

Com duas horas de duração, a postulante respondeu a perguntas realizadas pelas jornalistas Eliane Cantanhêde e Vera Magalhães, a professora da FAAP, Fernanda Magnotta, além de apontamentos feitos pela plateia.

Confira um resumo da entrevista com a ex-ministra do meio ambiente:

  • Especialista em passar por frestas

“Estou desde os 17 anos tendo de provar que penso, que sei. O tempo todo vejo as pessoas me subestimando, como são subestimadas as mulheres brasileiras. Quantas mulheres não subestimadas quando dizem que vão criar e educar os filhos, quando decidem que vão abrir os negócios? Continuamos sendo subestimadas porque esse lugar parece que não foi feito para nós. E quando se é negra, pobre, de uma origem que não é para ocupar esses lugares, temos que provar duas vezes. Sou especialista em passar por frestas”

  • Desqualificação das mulheres

“Em relação ao Bolsonaro, ali no debate foi um processo vivo, espontâneo. Nem todas as variáveis são controláveis. Chega uma hora em que a verdade aparece. Uma das coisas que eu ouço é que não posso ser presidente porque sou uma pessoa frágil, uma pessoa fraca. É uma forma de desqualificação das mulheres. Muitas mulheres como eu têm que provar o tempo todo que é inteligente, que pensa, que sabe”.

  • Sobre Donald Trump 

“Quem tem a posição que os EUA têm não pode renunciar o papel de ajudar a liderar processos multilaterais de saída para todos. Isso é péssimo para todos. A disputa China x Estados Unidos é uma disputa perde-perde”.

  • Política externa

“Em termos de política externa, é melhor quando temos um lugar no mundo. E o que define isso são nossos princípios e valores. Nesse sentido, o Brasil vive há mais de 100 anos em paz com suas fronteiras. Temos uma cultura de paz, defendemos a democracia, direitos humanos e, há muito tempo, a gente vem lutando para colocar o Brasil no lugar daqueles que defendem a preservação do planeta”.

  • Passado e futuro 

“Se eu chegar lá, não estarei de brincadeira. Aqueles que eu estou enfrentando, eles têm muito, sabem muito. Mas uma coisa eu sei que eu não perco para eles. No dia que eu peguei o saco de açúcar, coloquei minhas coisas ali e peguei o ônibus sem olhar para trás, não chorei. Se eu chorasse, as pessoas iam pensar que eu estava sendo expulsa da minha casa”.

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