STF abre inquérito contra ministro da Educação por suposto racismo

Se condenado, a pena prevista é de um a três anos de prisão.

O ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou a abertura de um inquérito contra o ministro da Educação, Abraham Weintraub, para apurar um suposto crime de racismo.

Coma bertura de inquérito, Weintraub se tornou o primeiro ministro do governo Jair Bolsonaro a virar formalmente alvo de investigação formal pelo STF.

Ministro Abraham Weintraub insinuou que China sairá ‘fortalecida’ com a crise do novo coronavírus
Créditos: Valter Campanato/Agência Brasil
Ministro Abraham Weintraub insinuou que China sairá ‘fortalecida’ com a crise do novo coronavírus

A abertura do inquérito havia sido pedida pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques, devido a uma publicação de Weintraub sobre os chineses e a pandemia do novo coronavírus.

A PGR apontou a suposta violação do artigo 20 da lei que define os crimes por discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A pena prevista é de um a três anos de prisão.



O ministro da Educação deve agora ser ouvido pela PGR. Celso de Mello retirou o sigilo do caso e deu prazo de 90 dias para a conclusão da investigação. Em resposta à Agência Brasil, o Ministério da Educação disse que não comentará a abertura do inquérito.

Ataques à China

No início do mês, um post de Weintraub no Twitter questionou quem poderia sair fortalecido geopoliticamente da crise causada pela pandemia.

No texto, o ministro trocou o “R” pelo “L”, numa referência ao personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, e ao erro comum dos chineses ao falarem o português. Uma imagem com a bandeira da China ilustrava a publicação. O post foi depois apagado.

Também no Twitter, o embaixador da China no Brasil, Wanming Yang, divulgou uma nota oficial de repúdio ao ato, que classificou de racismo contra os chineses.