Transporte gratuito em SP: é possível?

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo desta sexta-feira traz discussão sobre o transporte público gratuito em São Paulo

Um dos gritos que ecoaram por São Paulo nas últimas semanas é o que pede a tarifa zero para os transportes municipais. Em meio à discussão da viabilidade da redução total da passagem, o jornal O Estado de S. Paulo fez uma matéria falando dos três municípios brasileiros que aderiram a gratuidade.

A discussão ganhou destaque nas últimas semanas, quando se iniciaram os protestos liderados pelo Movimento Passe Livre. Nas ruas, a população pede a redução parcial ou total das tarifas e as autoridades negam qualquer tipo de iniciativa nesse sentido. Especialistas passaram a debater a viabilidade da gratuidade no transporte.
A discussão ganhou destaque nas últimas semanas, quando se iniciaram os protestos liderados pelo Movimento Passe Livre. Nas ruas, a população pede a redução parcial ou total das tarifas e as autoridades negam qualquer tipo de iniciativa nesse sentido. Especialistas passaram a debater a viabilidade da gratuidade no transporte.

Porto Real, no Rio de Janeiro, Ivaiporã, no Paraná, e Agudos, em São Paulo, são as cidades que resolveram não cobrar para que suas populações usassem os ônibus municipais. Somadas, as populações das três cidades não ultrapassam os 100 mil habitantes, enquanto a capital paulista possui mais de 11 milhões de moradores, de acordo com o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da diferença de tamanho territorial e populacional, alguns especialistas nas áreas de Mobilidade Urbana e Administração Pública acreditam ser possível a aplicação da tarifa zero na capital.

“A tarifa zero independe do tamanho da cidade. Ela é possível, mas depende do planejamento financeiro de cada município. Numa cidade do tamanho de São Paulo, o planejamento técnico precisa ser muito maior, além de envolver também os governos estadual e federal”, explica Lúcio Gregori, que foi secretário de Transportes da cidade durante a gestão de Luiza Erundina (PT), em 1990. Ele foi responsável pelo projeto da tarifa zero para a cidade, que acabou não sendo votada pela Câmara de Vereadores na época.

Já o professor Diogenes Costa, especialista em Mobilidade Urbana da Unicamp, acredita que o tamanho continental do Brasil e a complexidade das vias urbanas impedem a aplicação da tarifa zero em cidades maiores. A qualidade do transporte público já oferecido somada a um aumento significativo da demanda que a ausência de cobrança geraria criariam questionamentos.

A tarifa de transporte em São Paulo está cara. Apesar da discussão em relação à viabilidade de uma tarifa zero na cidade, essa é uma opinião unânime entre os especialistas contatados pela reportagem. O subsídio existente e a recente isenção do PIS e do Cofins não seriam os únicos instrumentos para reduzir o preço das passagens, acreditam. Entre outras medidas, eles destacaram a desoneração de outros impostos, como do IPI sobre componentes dos veículos, o subsídio de combustíveis e a realocação de investimentos hoje voltados para o transporte individual. “É totalmente possível reduzir a tarifa atual”, afirma o ex-secretário.

Leia a matéria na íntegra.

Por Redação