Vaquinha pede fundos para finalizar filme sobre Moa do Katendê

Documentário começou a ser gravado antes da morte do artista e conta com entrevistas exclusivas

A Kana Filmes, produtora que está retratando em documentário a vida e as obras do mestre de capoeira Moa do Katendê, assassinado durante o primeiro turno das eleições presidenciais após anunciar seu voto ao Partido dos Trabalhadores (PT), lança financiamento coletivo para ajudar na continuidade do projeto.

A ideia do longa-metragem surgiu no início do ano, com o objetivo de destacar as contribuições do mestre para a cultura afro-brasileira. A equipe realizou diversos encontros com ele, o que rendeu mais de 3 horas de entrevistas inéditas, com imagens dele tocando algumas de suas músicas em estúdio.

Outros grandes nomes como Chico César, Luedji Luna, Vovô do Ilê, Emilia Biancardi, Negrizu, Chicco Assis e a própria família de Moa  participam do filme, com depoimentos que relatam a relação que tiveram com o artista. No vídeo abaixo alguns desses nomes destacam a importância da produção para memória do artista e para a valorização da cultura brasileira com raízes africanas.

Para finalizar as gravações, a Kana Filme lançou uma campanha de arrecadação online. A meta é conseguir R$ 120.000 nos próximos 35 dias. O dinheiro também deve viabilizar a exibição da narrativa nos cinemas. O lançamento está previsto para outubro de 2019, junto à inauguração do Instituto Mestre Moa e ao disco homônimo com canções gravadas por ele nos últimos dois anos.

Moa do Katendê foi um dos grandes responsáveis por divulgar para o mundo a cultura popular brasileira. Além de músico, compositor, dançarino, mestre de capoeira, educador, também era grande defensor da arte afro.

Ele foi assassinado com 12 facadas no dia 8 de outubro, durante uma discussão em um bar na região central de Salvador. O motivo foi um desentendimento político, que começou quando Moa anunciou sua referência pelo candidato à presidência Fernando Haddad (PT) em uma mesa com familiares. Paulo Sérgio Ferreira de Santana, apoiador de Jair Bolsonaro, foi o autor do crime, que além de matar o mestre, também feriu seu primo, Germínio do Amor Divino Pereira. Relembre o caso no link a seguir.