WhatsApp admite envio ilegal de mensagens nas eleições 2018

As informações são da jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo

Presidente Bolsonaro e a primeira-dama, Michele, durante desfile da Independência
Créditos: Alan Santos/PR
Presidente Bolsonaro e a primeira-dama, Michele, durante desfile da Independência

Reportagem da jornalista Patrícia Campos Mello, na Folha de S.Paulo, publicada nesta terça-feira, 8, informou que o WhatsApp admitiu, pela primeira vez, que as eleições de 2018 no Brasil tiveram uso de envios massivos e ilegais de mensagens. O disparo foi feito por meio de sistemas automatizados contratados de empresas.

Em palestra no Festival Gabo, o gerente de políticas públicas e eleições globais do WhatsApp, Ben Supple, disse: “Na eleição brasileira do ano passado houve a atuação de empresas fornecedoras de envios massivos de mensagens, que violaram nossos termos de uso para atingir um grande número de pessoas”.

A Folha revelou, em reportagens publicadas desde outubro do ano passado, que, durante a campanha eleitoral, houve a contratação de empresas de marketing que faziam envios de mensagens políticas, usando CPFs de idosos e até mesmo contratando agências estrangeiras.

Segundo uma das reportagens, empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PSL) bancaram o disparo de mensagens em massa contra seu adversário nas eleições, o petista Fernando Haddad.

O executivo do WhatsApp também condenou, no mesmo evento, os grupos públicos da plataforma acessados por meio de links que compartilham conteúdo político, em sua maioria relacionados ao governo Bolsonaro.

Questionado se o uso do WhatsApp por campanhas políticas violava as regras, ele afirmou: “Não viola desde que se respeitem todos os termos de uso [que vedam automação e envio massivo]. Todos estão sujeitos aos mesmos critérios, não importa se quem usa é um candidato à Presidência ou um camponês do interior da Índia.”

Leia a reportagem na íntegra.