10 momentos em que os filhos de Bolsonaro viraram ‘inimigo’ do pai

Filhos do presidente já protagonizaram casos que levaram crises para o Palácio do Planalto

Em entrevista ao jornal chileno “La Tercera”, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse que para tirar o ditador Nicolás Maduro do poder “de alguma maneira vai ser necessário o uso da força na Venezuela”.

“Ninguém quer uma guerra, a guerra é ruim. Haverá vidas perdidas e consequências colaterais, mas Maduro não vai sair do poder de maneira pacífica”, afirmou Eduardo, que está acompanhado o pai em visita ao Chile.

Filhos de Bolsonaro
Créditos: Reprodução/Youtube

As declarações de Eduardo Bolsonaro vão na contramão da ala militar do governo, que defende uma solução pacífica para crise na Venezuela.

Será mais um incêndio para os assessores de Bolsonaro  apagar.

Aliás, nestes quase 100 dias de governo, os filhos têm sido os piores inimigos do pai.

Lembre outras polêmicas envolvendo os filhos de Bolsonaro. Os casos não estão em ordem cronológica:

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Cabo e soldado (Eduardo Bolsonaro)

Em julho do ano passado, em meio à campanha presidencial, Eduardo Bolsonaro disse que “bastava um soldado e um cabo para fechar o STF.

A frase, dita durante uma palestra a concurseiros no Paraná, se referia a uma hipotética possibilidade de ação do Exército em caso de o STF impedir que Bolsonaro assuma a Presidência.

“Cara, se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Você não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo. Não é querer desmerecer o soldado e o cabo, não”.

Bate-boca no WhatsApp (Eduardo)

Eduardo também participou de bate-boca entre integrantes do PSL em um grupo de WhatsApp em dezembro. Na época, ele entrou na discussão sobre críticas à articulação política do governo após a deputada federal Joice Hasselmann dizer que as negociações estavam “abaixo da linha da miséria”.

Eduardo chamou Joice de “sonsa” e “louca” e  acusou de vazar as mensagens.

Caso Queiroz (Flávio)

O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) foi o protagonista de uma crise — ainda em andamento — quando Fabrício Queiroz, seu ex-assessor, foi citado em um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) por movimentações financeiras “atípicas” de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

De acordo com o documento, oito assessores e ex-assessores do então deputado fluminense fizeram depósitos na conta bancária de Queiroz. Ele atuou por uma década como motorista e segurança do parlamentar.

Queda de Bebianno (Carlos)

No começo de fevereiro, o vereador Carlos Bolsonaro (PSL) fritou o ex- ministro Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral) nas redes sociais. O filho do presidente desmentiu o ministro que disse ter falado com seu pai por pelo menos três vezes sobre desentendimentos na equipe do governo.

Vídeo pornográfico e “Golden shower”

Durante o Carnaval, o presidente Jair Bolsonaro publicou no Twitter um vídeo que mostrava um homem dançando e enfiando o dedo no ânus e depois um outro rapaz urinando na cabeça dele. A publicação causou polêmica entre opositores e aliados.

Dias depois, o Bolsonaro disse que o filho Carlos aprovou “com entusiasmo” a publicação.

Morte do neto de Lula (Eduardo)

No começo de março, Eduardo Bolsonaro ficou irritado com a saída da cadeia do ex-presidente Lula para ir ao enterro do neto Arthur, de 7 anos, que morreu de meningite.

O enterro, segundo ele, colocava Lula “em voga posando de coitado”.

“Lula é preso comum e deveria estar num presídio comum”, escreveu Eduardo. “Quando o parente de outro preso morrer ele também será escoltado pela PF para o enterro? Absurdo até se cogitar isso, só deixa o larápio em voga posando de coitado”.

As declarações causaram indignação até mesmo nos aliados do presidente Bolsonaro.

Ameaça à jornalista (Eduardo)

A Procuradoria-Geral da República ofereceu no ano passado denúncia contra o filho do presidente por suposta ameaça a uma jornalista com quem teria tido um relacionamento.

De acordo com a denúncia –que está no Juizado Especial Criminal de Brasília–, Eduardo enviou várias mensagens à jornalista Patrícia Lélis dizendo que ela “se arrependeria de ter nascido” e ele iria “acabar com a vida dela”.

Polêmica com imigrantes (Eduardo)

Na noite do último sábado, em um jantar em Washington, Eduardo Bolsonaro, disse que os brasileiros que estão em situação migratória irregular fora do país são uma “vergonha nossa”.

A fala gerou revolta dos imigrantes, principalmente dos que vivem nos EUA, já que a maioria votou no presidente Bolsonaro na última eleição.

Até o pastor Silas Malafaia, apoiador de Bolsonaro, saiu em defesa dos imigrantes brasileiros. “Eduardo Bolsonaro, ajudaria muito mais ao governo do seu pai, parando de falar asneira. Poderia ter ficado de boca fechada na questão dos imigrantes ilegais brasileiros. Não conhece a realidade da questão”, escreveu.

O deputado atribuiu à imprensa a repercussão negativa de sua declaração.

Namoro com filha de miliciano (Renan)

Renan, o filho mais novo de Bolsonaro, ganhou os holofotes da mídia após a revelação de que ele namorou a filha do PM reformado Ronnie Lessa, um dos acusados de matar a vereadora Marielle Franco.

“Namorei o condomínio inteiro, não lembro bem dela”, disse Renan ao pai.

A revelação fez as redes sociais levantarem suspeita da participação de Bolsonaro no caso, já que Ronnie Lessa mora no mesmo condomínio de luxo na Barra da Tijuca, da família do presidente.

Exibindo armas (Renan)

Dias depois do massacre em uma escola de Suzano, na Grande SP, o filho mais novo publicou nas redes sociais fotos em que aparece atirando.

Nas imagens Renan aparece segurando um fuzil nas mãos e atirando com uma metralhadora na Academia Nacional de Polícia, em Brasília, de uso privativo da Polícia Federal.