Bolsonaro tem a obrigação moral de pedir desculpas ao Estadão
Pode-se não gostar do jornal O Estado de S.Paulo.
O jornal tem posições firmes há décadas e mais décadas sobre política, economia ou assuntos internacionais.
Quem toma partido também define adversários.
Mas o jornal merece respeito.
O Estadão está ligado a causas como fim da escravidão, implantação da República, revolução constitucionalista, combate à ditadura de Getúlio Vargas ou dos militares. Também está associado à deposição de João Goulart.
Também está ligado à criação da USP e ao Hospital das Clínicas.
Em vários momentos, a família Mesquita foi perseguida, exilada. O Estadão chegou a sofrer interdição.
Quando Bolsonaro ainda defendia ideias estatizantes e a ditadura, o jornal pregava a livre iniciativa e brigava contra a censura.
O que Bolsonaro fez com o Estadão, disseminando uma Fake News a partir de um jornalista tresloucado, é uma vergonha para a figura presidencial.
Um jornalista (Allan dos Santos) para quem masturbação mata neurônios, cigarro não faz mal à saúde e lidera uma vaquinha para o guru Olavo de Carvalho que beira o estelionato.
Bastaria que ele checasse por alguns segundos a mentira disseminada pelo site Terça Livre para ver o absurdo de afirmar que o Estadão só tinha um objetivo ao publicar o furo sobre as contas de Flávio Queiroz: “arruinar” o governo.
O áudio no qual se baseia a notícia é, na melhor das hipóteses, uma distorção grosseira.
O mínimo que Bolsonaro deveria fazer, em nome da figura presidencial, é pedir desculpas ao jornal O Estado de S. Paulo.