Coluna Estadão: Jair Bolsonaro é o chefe das milícias digitais

Por: Redação

A colunista Eliane Cantanhêde, do Estadão, telefonou para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Ouviu esse ataque:

“Não tem governo. É um governo vazio, que não tem ideia, proposta, articulação”. E continuou: “Para dissimular, criou esse confronto do bem contra o mal, do bonito contra o feio, do quente contra o frio. Eles são o bem, os bonitos, os quentes. E nós, os políticos, somos os maus, os feios. É só para manter a base ultraconservadora na internet”.

Mais um desabafo sobre a reforma da previdência:

“Ele tira o corpo fora e vende a imagem de que nós é que estamos obrigando o governo a fazer a reforma”.

Usando essas duas frases, a jornalista mostra como Bolsonaro e seus filhos geram crises, dificultando a reforma da previdência – o maior desafio hoje do Brasil.

É assim que o governo, em vez de aglutinar, vai dividindo, afastando, criando atritos, dificultando não só a reforma da Previdência como a sua própria vida.
O Planalto não pode correr o risco de perder o apoio de Maia, porque ele abriria uma longa fila de adversários, o DEM, o PSDB, o MDB, parte dos evangélicos do PRB e vai por aí afora. O que sobraria? O PSL, novo inexperiente e dividido?

O pior é que a culpa da guerra de guerrilhas na internet sempre cai sobre os filhos, mas Maia tem uma certeza: “É tudo patrocinado por ele”. Quem é ele? Jair Bolsonaro.

Resumindo: Jair Bolsonaro é, em sua visão, o chefe das milícias digitais.