É muito fácil aprender a lição de jornalismo da Bettina

O caso de Bettina se resume numa lição simples.
É uma péssima aula de jornalismo.
Bettina está fazendo marketing de um produto que, em essência, é jornalístico.
O que ele fazem é o que ele um veículo de comunicação faz: transmitir informações diárias para que as pessoas tomem decisões.
No caso, decisões sobre seus bolsos.
Até onde se sabe, ele têm uma ótima equipe de analistas.
O problema é quando usam uma mentira – ou, na melhor das hipóteses, um exagero – para anunciar um projeto.
Aí, não melhor das hipóteses é sensacionalismo.
Cito aqui um trecho da revista Exame sobre a Empiricus, empresa responsável pela campanha da Bettina.
A equipe de marketing tem 15 pessoas, especializadas em fazer propaganda online de um jeito bem diferente do que fazem os concorrentes.
“Queremos ter uma base grande de assinantes em todos os nossos relatórios. Por isso, temos uma fórmula para causar impacto nas pessoas”, diz Caio Mesquita, presidente da Empiricus.
Em resumo: quanto mais polêmica, melhor.
Enquanto as corretoras e as empresas tradicionais de análise escrevem relatórios com títulos como “Por que investir nas ações da empresa Y é um bom negócio agora” ou “As melhores debêntures incentivadas”, a Empiricus manda e-mails com chamadas do tipo “A estratégia capaz de transformar 1.500 reais em mais de 227.000 em apenas um mês” ou “Uma maneira totalmente inovadora de ter um lucro potencial de 995,1% [sim, vírgula um] em 12 meses”.

Imagine uma publicação com notícias sobre saúde que, para chamar a atenção, coloca uma mulher dizendo que mudando a alimentação e sem remédio conseguiu debelar um câncer.
Ou que perdeu 30 quilos em um mês, sem fazer ginástica ou comer menos, apenas tomando água morna com limão em jejum.
É exatamente o caso.