Dimenstein: vídeo prova desonestidade do PT na previdência

Sou um dos alvos preferenciais das milícias digitais de Bolsonaro, xingado e atacado com as mais diversas mentiras.
Justo que eles não gostem de mim: afinal, eu tenho horror a Bolsonaro, por achá-lo um gestor incapaz, intelectualmente limitado ( para ser ameno) e arrogante.
Lembro que a Catraca Livre lançou sozinha a campanha #BolsonaroNão no primeiro turno; a semente do #EleNão.
Vocês podem imaginar o tiroteio que sofremos – e não nos arrependemos.
Muitas das nossas críticas foram confirmadas pela realidade.
Mas tenho de separar o que é bom para o Brasil.
Ou, pelo menos, menos ruim.
Daí eu considerar desonesta a campanha do PT contra a reforma da previdência.
Quando o PT estava no poder, seus técnicos sabiam que a reforma era necessária.
Sabia também dos privilégios para militares e servidores públicos.
Pegue-se, por exemplo, Nelson Barbosa, ex-ministro do Planejamento.
Aliás, basta ver esse vídeo abaixo em que Lula e Dilma Rousseff defende a reforma, com argumentos óbvios.

O PT tem todo o direito de questionar a reforma, mas precisa apresentar alternativas para que se gaste menos com aposentados para sobrar mais recursos à educação e saúde.

Sabemos que, sem esses recursos, não é quem paga mensalidade escolar ou plano de saúde será prejudicado.

É o pobre.

O Brasil vai ficar sucateado. O buraco anual da previdência é R$ 300 bilhões.

Compare com a Bolsa Familia para saber quanto gente poderia ser ajudada com esse dinheiro: R$ 29,7 bilhões.

Simples assim: o dinheiro para aposentados vai, com o tempo, devorar todos os recursos públicos à medida em que o país fica mais velho.

Concordo com a ideia de esquecer as crianças em troca de aposentadoria é valorizar o passado e esquecer o futuro.

O que se vê é o PT montando num tema popular apenas para recuperar o prestígio perdido.

Eles sabem que até a esquerda na Grécia foi obrigada a fazer a reforma das aposentadorias.

É muito difícil um país em que o governo é irresponsável. É o caso de Bolsonaro.

Mas a oposição também.