Dimenstein: Bolsonaro fez da vida do Sérgio Moro um deboche

Até entrar no Ministério da Justiça, Sérgio Moro era um ídolo nacional – quase apenas atacado pelas pessoas e grupos atacados por sua ação como juíz contra a corrupção.
Era um símbolo.
Agora há sólidos rumores de que, desgastado, estaria pensando em pedir demissão.
Bolsonaro é, até agora, uma tragédia na vida de Moro.
Já na indicação, um desgaste: ele virou ministro de um presidente que está ali, em boa parte, porque Lula está na cadeia.
E está na cadeia por causa de Moro.
Moro se desgastou por parecer muito flexível com Caixa 2 dos políticos – algo que ele condenava como pior do que corrupção.
Seu pacote anticrime foi traduzido como licença para matar.
Moro tinha foi transformado um herói nas telas pelo cineasta José Padilha.
Mas o cineasta se arrependeu – e passou a atacar Moro, colocando-o como aliado involuntário das milícias.
Rumores do pedido de demissão são provocados pela dificuldade de aprovação do pacote anticrime – Moro vê nessa dificuldade sabotagem dentro do próprio governo.
Ainda está arriscado de perder o Coaf que, entre outras coisas, tem de investigar Flávio Bolsonaro.
Familia Bolsonaro está cercada de suspeitas de desvios de dinheiro.
Apesar dos vários indícios de desvio de dinheiro, confirmados pela polícia federal, o ministro do Turismo, Alvaro Antônio, do PSL, ainda não foi demitido.
Para completar a tragédia, os erros de português fizeram de Moro motivo de deboche até de quem não tem na língua portuguesa seu forte como Lula.
Hoje, o Moro que era saudado não consegue mais andar na rua sem sem cobrado.