Dimenstein: coragem de Sheherazade é exemplo para o Brasil

Nenhum jornalista neste ano chamou tanto a minha atenção como Rachel Sheherazade.
É um exemplo de coragem e independência.
Por ter posições tradicionalmente contrárias à esquerda, ela se dispôs a enfrentar seus fãs ao se mostrar crítica a Jair Bolsonaro, aderindo ao #EleNão.

Poucos jornalistas apanharam tantos nas redes sociais. Mas ela se manteve firme.
Mas o que impressiona mesmo é ela estar no SBT, onde o dono – Silvio Santos – lançou o slogan dos tempos do regime militar “Brasil – Ame-o ou Deixei-o” e logo estendeu o tapete vermelho para Jair Bolsonaro.
No SBT está Ratinho que passou a chamar de corruptos jornalistas críticos ao presidente eleito. Também está lá, Danilo Gentili apoiador, nas eleições, de Bolsonaro.
É muito mais fácil ser crítico ao novos donos no poder em lugares como Folha, Globo ou Estadão, onde se preza a independência jornalística.
Agora mesmo, Rachel abriu uma polêmica com Bolsonaro e Alexandre Frota.
No domingo, 16, após publicar uma foto na piscina, Sherazade rebateu o comentário de um seguidor, que pediu para ela “não se perder por influência”.
Prontamente, a polêmica apresentadora rebateu a crítica: “Virar bolsonarista é conquistar credibilidade? Desde quando um jornalista precisa ser cabo eleitoral. Eu faço críticas e análises políticas. Pior isso sou jornalista – não robô nem bajuladora de capitão!(SIC)”, tuitou.
Depois, voltou a criticar o ator e deputado federal recém eleito, Alexandre Frota, também do PSL. “Não espere entender qualquer coisa que venha daquele troglodita”, afirmou. “Perda de tempo! Já o denunciei na Polícia Civil. E ele responde a vários processos por calúnia, injúria e difamação. É um sujeito violento com as palavras e isso lhe rendeu votos dos seus semelhantes para elegê-lo”, disse Sheherazade a um seguidor.
Em poucas palavras: um exemplo de como fazer do jornalismo uma atividade respeitável.
Ela pode ter perdido fãs, ganhado inimigos, mas ganhou meu respeito e de muitos jornalistas, apesar de muitos discordarem de várias de suas ideias.
Rachel faz um favor ao Sílvio Santos, ao mostrar, no SBT, um exemplo de coragem jornalística.