Dimenstein: Datena deveria se desculpar, e não nos chamar de imbecis

Após ataque de bolsonaristas, Datena tenta se retratar e diz que gosta de Bolsonaro

José Luiz Datena, gostem ou não dele, tem de ser reconhecido como um grande comunicador.

Não estou julgando o valor do que ele transmite.

Mas apenas mostrando o óbvio: ele sabe se conectar com o público.

 Datena durante entrevista com o presidente Jair Bolsonaro
Créditos: Divulgação
 Datena durante entrevista com o presidente Jair Bolsonaro

Um grande comunicador tem boas antenas para perceber para onde vão os ventos da opinião pública – é assim que eles garantem sua popularidade.

Ele ligou sua imagem a Jair Bolsonaro – e já percebeu o risco de ficar isolado.

É o que percebeu, por exemplo, Danilo Gentili – outro grande comunicador.

O apoio a Bolsonaro está naufragando, em meio à crise econômica e a série de bobagens feitas pelo governo.

Preso à lógica do comunicador, ele passou a atacar Bolsonaro, associando-o, primeiro, à morte de uma mulher que foi comprar fraldas e morreu.

O que Bolsonaro tem a ver com isso? Nada.

Mas escorregou feito ao deixar clara a insinuação de que gostaria de ver o hospital em que está Jair Bolsonaro pegando fogo.

Está claro: basta ver o vídeo.

O certo seria pedir desculpas.

Mas o que ele fez foi nos xingar de imbecis, canalhas e vagabundos.

Compreensível. Uma enquete realizada na Catraca Livre, com quase 100 mil votos, mostrou clara condenação a Datena.

No dia anterior, ela já tinha atacado duramente Bolsonaro, mostrando uma intenção de se distanciar da imagem em crise do presidente.

É uma técnica conhecida: os outros são sempre os responsáveis.

No final, ele teve um ataque histérico, cujo objetivo foi bajular Bolsonaro.

“Tem gente má, tem gente ruim, tem gente canalha. Vou deixar uma coisa clara pra vocês: Eu gosto do Bolsonaro, pronto, acabou. Simples assim. Eu gosto do Bolsonaro. Já falei três vezes aqui. Eu disse também aqui, que o tanto de gente que torce pra que eu morra, a mesma coisa é gente que torce pro Jair Bolsonaro morrer também”, iniciou.

Se justificando, o contratado da Band detonou os responsáveis por repercutirem a interpretação errado sobre a notícia da tragédia. “Ontem, porquê eu disse que pegou fogo o hospital hospital na mesma rede, algum crápula, mentiroso, vagabundo disse que eu tinha desejado a morte do Presidente da República. Isso é uma palhaçada, uma ‘canalhice’, coisa de vagabundo, sem vergonha, que fica espalhando esse tipo de notícia em rede social”, lamentou.

“Eu desejo morte de um tanto pouco pessoas, jamais desejaria do Presidente da República, mesmo porquê eu gosto dele. Não concordo com muita coisa que ele fala, que ele faz, concordo com muitas também. Mas eu gosto pra caramba dele. Quem fez essa fake news, quero que vá pra… vá pra casa dele mesmo. Jamais que desejaria a morte do Presidente, não só por ele estar no cargo, mas por ele ser um ser um humano. Tá esclarecido, seu imbecil?”, concluiu.