Dimenstein: desculpe a arrogância, eu tinha razão sobre Bolsonaro

Durante a campanha eleitoral, eu alertei centenas de vezes para o perigo Bolsonaro.

Não apenas pelas maluquices autoritárias que ele falou ao longo de sua vida.

Mas pelo evidente despreparo.

Daí eu ter participado da decisão do Catraca Livre de lançar a #hashtag BolsonaroNão – o que serviu como semente para o #EleNão.

Quando lançamos essa campanha – fomos o único veículo de comunicação – havia uma série de opções a Bolsonaro – e com ideias igualmente liberais para a economia, como Alckmin, Amoêdo ou Meirelles.

Eu, pessoalmente, não queria o PT de volta à presidência, embora considerasse Fernando Haddad muito mais qualificado do que o capitão.

Não queria o PT porque: 1) discordo de muitas de suas ideias estatizantes; 2) eles não fariam a reforma da previdência tão essencial ao país; 3) o Brasil continuaria em guerra, com Lula na cadeia influenciando o governo.

Mesmo assim, fui bombardeado pelas milícias digitais,  dizendo que minhas críticas a Bolsonaro tinham um motivo: eu seria de “esquerda”.

Essa bagunça generalizada que se reflete num medo de ingovernabilidade é resultado de um fato que qualquer pessoa mais atenta já via na campanha eleitoral.

Ele não tem a menor habilidade de lidar com conflitos.

Nunca teve aptidão para gestão.

O que está acontecendo não me espanta.

Sempre me lembro de uma frase do Barão de Itararé: ” De onde menos se espera é de onde menos vem”.

É apenas a consequência previsível de termos colocado na presidência alguém que combina três coisas que, isoladamente, já seriam explosivas:

– Ignorância, mediocridade e  prepotência.

Apesar disso tudo, temos de torcer para que dê certo e consiga botar ordem nessa bagunça.

Quanto pior ele se sair, mais miséria no país.

As pessoas sérias deveriam apoiar  a reforma da previdência, sem a qual o Brasil entra em caos.

Daqui a 4 anos, vou voltar a repetir #BolsonaroNão.

Se eu perder de novo, paciência – é assim que funciona a democracia.

Mas fico menos inquieto ao saber que eu tenho a razão.