Dimenstein: entenda por que Bolsonaro anunciou hoje a “morte” de Dória

Jair Bolsonaro anunciou hoje a “morte” de João Dória para as eleições de 2022 durante almoço com jornalistas.

“Doria? Esse está morto. Esse não chega”, afirmou.

E acrescentou:

“O Doria, quando está do meu lado, se faz de amiguinho. Quando está longe, faz o joguinho político dele. Mas não dá certo. Na campanha ele estava andando na feira e mordeu uns 30 pastéis, mas nenhuma foto ficou boa. A pessoa não pode tentar ser o que não é.”

A verdade é simples: a última coisa que Bolsonaro quer é um rival forte à direita – no caso, Dória.

Dória é governador de São Paulo – e qualquer governador do Estado mais rico do país é um presidenciável.

Ele começou sua campanha presidencial ainda na prefeitura.

Agora, tem muito mais recursos.

O que Bolsonaro quer é manter seu discurso de ser o inimigo contra a esquerda.

Quer brigar com um candidato do PT. Ou até Ciro Gomes.

O que ele vai dizer de Dória?

Comunista? Amigo de Lula e Dilma?

Não cola.

Fica até ridículo, como ele fez em sua live na quinta-feira.

Para o empresariado, o governador de São Paulo é mais confiável do que Bolsonaro.

Basta ver as guerras que o presidente lançou contra o mundo por causa da Amazônia, os atritos com a Argentina ou países árabes por querem mudar a embaixada para Jerusalém.