Dimenstein: estudantes mostram o lado idiota inútil de Bolsonaro

Este é o verdadeiro presidente Jair Bolsonaro.

É um político incapaz de lidar com conflitos, preferindo sempre radicalizar, levantando muros e não pontes.

Ao chamar os estudantes de “idiotas úteis”, ele mostrou seu despreparo para o cargo de presidente.

O presidente sério busca reduzir conflitos para governar — mas ele aumenta desnecessariamente esses conflitos.

É a idiotice inútil — o que explica as sucessivas derrotas no Congresso e sua queda veloz de popularidade.

“É natural, é natural, mas a maioria ali é militante. Se você perguntar a fórmula da água, não sabe, não sabe nada. São uns idiotas úteis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais no Brasil”, afirmou, segundo “O Globo”.

Bolsonaro disse também que “não existe corte” e culpou os governos anteriores:  “O que houve é um problema que a gente pegou — o Brasil destruído economicamente também, com baixa nas arrecadações, afetando a previsão de quem fez o orçamento e, se não tiver esse contingenciamento, eu simplesmente entro contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. Então não tem jeito, tem que contingenciar. Mas eu gostaria [de não cortar] nada, em especial na educação”.

“Comedores de verbas públicas”

Bolsonaro está seguindo a mesma trilha narrativa de seu guru, Olavo de Carvalho, ao demonizar o ensino superior.

Em entrevista à Rádio Gaúcha em 2017, Olavo atacou os movimentos de estudantes em universidades públicas no Brasil. Ele chamou os alunos de “analfabetos funcionais”. “Estudante representa alguma coisa? Estudante tá lá na universidade só pra fumar maconha e fazer suruba. Movimento social é o c*”, afirmou.

Em um post neste ano, ele disse: “As universidades estão repletas de comedores de verbas públicas que matariam até suas próprias mães para evitar uma investigação da festança”.

Mais opiniões do filósofo: “As universidades brasileiras não têm mais conserto. Têm de ser, como já estão sendo, passadas para trás pelos cursos particulares mais sérios. Meus próprios alunos já fundaram alguns desses cursos, que juntos vão formando aos poucos a ÚNICA universidade brasileira digna desse nome. […] Daqui a dez anos um diploma da USP, da PUC ou da UNICAMP — exceto em algumas raras áreas técnicas — só servirá como garantia de desemprego”.