Dimenstein: hoje tenho de elogiar o MBL. E com muito prazer.

Sempre achei que Fernando Holiday era um desperdício.

Por ser negro, gay, formado em escola pública e de família pobre, seria uma voz interessante na política.

O que o diferenciava, sobretudo, era ter uma visão liberal.

O que é uma raridade. E ótimo para a diversidade.

Várias propostas liberais merecem atenção. Por exemplo: críticas aos corporativismo, excesso de presença estatal na economia e saneamento das contas públicas.

A democracia é mais sustentável quando vozes assim têm espaço.

Mas Holiday, assim como muitos de seus parceiros no MBL, usaram sua inteligência, por muito tempo, para atiçar milícias digitais, estimulando o ódio e Fake News.

Eu próprio fui vítima de muitas de suas baixarias e mentiras.

Chegaram a invadir um evento em que eu organizei contra o ódio nas redes sociais.

E uma das mais flagrantes baixarias era a histeria contra os professores, já que eles eram a voz digital da Escola Sem Partido.

Chegaram a propor a filmagem de professores.

Justamente por isso, sou obrigado hoje a elogiar Holiday.

Fernando Holiday se notabilizou pelos ataques aos professores na sua defesa da Escola Sem Partido.
Atualmente ele faz licenciatura em história, onde diz ter amadurecido.
Holiday diz estar convencido de que a imensa maioria dos professores não são doutrinadores.
E não mais apoia sua proposta de estimular que os alunos filmem os professores durante a aula.
Ele chegou a entrar na marra nas escolas.

Em entrevista à Folha, ele disse:

A forma como eu defendia o projeto estava absolutamente errada, que é transformar o professor em um dos maiores problemas da nossa educação. A ideia era proteger o aluno prejudicado nas notas, exposto por causa de sua religião ou posicionamento político.

Fazer arrependimento público não sinal de fraqueza. Pelo contrário.

É sinal de força.

Todas as pessoas empreendedoras são feitas de erros e acertos.

Aprender com os erros é sinal de inteligência.