Dimenstein: Lava Jato da Educação é marketing de Jair Bolsonaro

A Lava Jato da Educação é motivada mais pelo marketing do que pela educação.

É um lance para reforçar a imagem – agora abalada – de Jair Bolsonaro como paladino da moralidade.

Basta ler suas razões para ver como esse truque é óbvio.

Bolsonaro parte de um problema real: nossa péssima colocação nos rankings mundiais de aprendizagem, mesmo comparando com países que gastam menos em proporção ao Produto Interno Bruto.

“Há algo de muito errado acontecendo: as prioridades a serem ensinadas e os recursos aplicados. Para investigar isso, o Ministério da Educação junto com o Ministério da Justiça, Polícia Federal, Advocacia e Controladoria Geral da União criaram a Lava-Jato da Educação.”

Aí aparece a pirotecnia.

Bolsonaro associa a educação brasileira com a Petrobras para trazer a questão para o campo da corrupção.

Corrupção pode até existir – e deve ser investigada.

Mas é uma questão essencialmente de gestão e desperdício, que exige programas complexos que vão da formação de professores ao uso de tecnologias em sala de aula e mudança curricular, até o relacionamento dos vários níveis de governo.

Embaralhar as duas coisas é marketing.

Mais uma vez, Bolsonaro mostra seu desconhecimento sobre educação.

Certamente, acha que deve ter achado a fortaleza do marxismo cultural.