Dimenstein: Polícia Rodoviária Federal mostra maior crime de Bolsonaro

Em 2018, houve 69 mil acidentes em rodovias federais, sendo 53.963 com vítimas (mortos ou feridos)

O presidente Jair Bolsonaro resolveu investir contra o bom senso –e produziu a pior notícia de sua vida.

Para agradar seus eleitores, ele mandou desativar radares nas estradas federais.

Argumento: combater a “indústria da multa”.

Era óbvio o resultado: mais risco de morte.

Em 2018, houve 69 mil acidentes em rodovias federais, sendo 53.963 com vítimas (mortos ou feridos)
Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Em 2018, houve 69 mil acidentes em rodovias federais, sendo 53.963 com vítimas (mortos ou feridos)

O jornal O Globo levantou dados do SOS Estradas com base em dados da Polícia Rodoviária Federal.

Segundo a reportagem, os dados mostram que, pela primeira vez desde 2011, os acidentes graves em estradas federais voltaram a subir (2%).

O Globo revela que o aumento dos acidentes graves tem a ver diretamente com o excesso de velocidade.

Isso influencia também no número de mortos nas estradas. Segundo dados do SOS Estradas, a queda em 2019 foi de apenas 1%, enquanto no ano anterior foi de 18%, mostrando uma tendência de crescimento.

“O desligamento dos radares coloca em risco quem vive à margem das rodovias. Na prática, estamos sem controle de velocidade nas rodovias federais porque sequer os policiais podem atuar. Os radares que estão operando funcionam por decisão judicial ou contratual”, disse Rodolfo Rizzotto, do SOS Estradas, ao jornal carioca.

É a primeira vez na história do Brasil que um governante, desrespeitando conhecimento estabelecido mundialmente sobre segurança e trânsito, estimula a morte.