Dimenstein: a melhor coluna do dia sobre os retrocessos no Brasil

A jornalista Eliane Cantanhêde, do “Estadão”, fez a melhor coluna do dia sobre os retrocessos no Brasil. Em minha opinião, é irretocável.

Tocou nos pontos essenciais: estamos criando no Brasil — ou melhor, ampliando — a indústria da morte, estimulada pelo presidente Jair Bolsonaro.

Segundo a jornalista, o governante “anuncia o fim da ‘indústria da multa’, mas pode estar reforçando a ‘indústria da morte’ com a obsessão pelas armas, o estímulo para converter carros em armas e a sensação de que, ao virar presidente, está livre para tornar suas convicções pessoais em agenda de Estado”. “Os papos com filhos e amigos agora viram MPs, decretos, projetos de lei. Danem-se especialistas, dados e pesquisas científicas”, diz.

“É possível que a base eleitoral de Bolsonaro ache tudo isso o maior barato, mas esse barato pode custar muito caro — em vidas humanas, em lesões irreversíveis e em custos para o sistema público de saúde, já tão depauperado”, afirma o texto.

Eliane Cantanhêde apresenta, ainda, a opinião do ex-deputado Beto Albuquerque (PSB), criador e presidente por dez anos da Frente do Trânsito da Câmara. “Espantado com as mudanças propostas por Bolsonaro, […] acusa: ‘O Brasil está na contramão, ou andando de marcha a ré’. Não é só no trânsito, deputado!”, finaliza.