Estadão: Clã Bolsonaro pode contaminar reforma da Previdência

Filhos de Bolsonaro criam um “governo paralelo” que gera tensão na base aliada

“Bolsonaro precisa urgentemente colocar ordem em sua casa para que seus problemas familiares não contaminem a discussão sobre a reforma da Previdência”, diz o”Estadão” em seu editorial deste sábado.

 

Segundo o jornal, o Planalto terá “um desafio e tanto fazer aprovar uma reforma a respeito da qual nem mesmo o presidente da República parece ter convicção”.

É que depois de divulgada as idades mínimas para se aposentar — 62 anos para mulheres e 65 anos para homens com uma transição de até 12 anos para o último grupo–, começou a circular na internet um vídeo, de 2017, em que Bolsonaro defendia publicamente uma idade mínima de 57 anos para mulheres e 62 anos para homens.

“Querer aprovar uma reforma com 65 é, no mínimo, uma falta de humanidade”, diz o Bolsonaro na gravação, em referência a reforma apresentada pelo seu antecessor, Michel Temer.

O editorial diz ainda que “pode até ser que Bolsonaro e seu entorno político tenham mesmo mudado de ideia… Mas não está claro se o presidente resistirá à previsível ofensiva daqueles que pretendem desidratar a reforma no Congresso. Assim, o governo já entraria em desvantagem na dura negociação com os parlamentares.