Folha assume hoje que é de esquerda. Os Bolsonaro têm razão.

Trabalhei na Folha de 1985 até 2015, onde fui diretor da redação de Brasília e do conselho editorial. Conversava quase que diariamente com o dono do jornal – o “seu Frias”.
Sempre tive uma suspeita, mas nunca compartilhei ninguém. Nunca tive coragem.
Suspeitava que a família Frias era de esquerda, até simpática ao PT e até do comunismo.
Só acordei mesmo neste ano diante da afirmação da família Bolsonaro de que o jornal deveria ser chamado de “Foice de São Paulo”.

Mas confesso que apenas hoje, neste domingo, me convenci, ao ler o editorial “A Agenda Retomada”– o jornal escancarou de vez o que sempre manteve em segredo.

A “Foice de São Paulo” – agora assumo esse apelido – teve o desplante da defender as mais tradicionais teses da esquerda.
Defendeu a privatização, redução de subsídios às empresas, a reforma trabalhista aprovada por Temer, o texto de gastos públicos, atacou o aumento aos funcionários públicos.
Mais grave: defendeu a reforma da previdência. Vejam só como esse trecho do editorial revela o esquerdismo do jornal.

Desse fio de meada deveria principiar o esforço reformista da administração que toma posse nesta terça (1º). Desatar o nó do sistema de aposentadorias, cujos parâmetros estão em franco desacordo com o rápido envelhecimento da população, assume a condição de prioridade incontrastável num cotejo judicioso das tarefas à frente.

Não se trata apenas de equilibrar as contas, sem o que o peso do conjunto das pensões sobre as gerações trabalhadoras do futuro vai se tornar insuportável.

Cumpre, sobretudo, adotar o princípio republicano da isonomia: todos, trabalhem no setor público ou na iniciativa privada, deveriam se submeter ao mesmo regime de contribuição e benefícios.

Fiquei ainda mais convencido de que a imprensa está mesmo nas mãos de comunistas, ao perceber, estarrecido, que O Globo, Estadão e Veja também defendem ideias muito semelhantes