Folha dá um tapa em Jair Bolsonaro e mostra que não tem medo

Jair Bolsonaro fez os mais variados tipos de ameaças e xingamentos à Folha de S. Paulo.

Seus aliados lançaram uma guerra virtual ao jornal, disseminando os mais diferentes tipos de mentiras.

Bolsonaro classificou a Folha como um jornal de Fake News.

Disse que o jornal tinha acabado. E que não ganharia publicidade oficial.

Seu filho Carlos chamava o jornal de “Foice de São Paulo” para afirmar que seria uma publicação de esquerda.

Um dos motivos dessa raiva foi uma reportagem sobre o uso clandestino do WhatsApp durante a campanha.

Nesta domingo, o jornal deu um tapa elegante – e mostrou que está lixando com as ameaças.

Anunciou que o Grande Prêmio da Folha, que anualmente escolhe seus melhores repórteres, iria para Patrícia Campos Mello, responsável pela reportagem.

A repórter Patrícia Campos Mello foi um dos maiores alvos das milícias digitais de Jair Bolsonaro durante as eleições.

Recebeu centenas de Fake News com montagens fotográficas, como se vê na imagem abaixo.

Chegaram a vazar seu número de celular.

Motivo: seu reportagem de como se usou clandestinamente o WhatsApp para ajudar candidatura de Bolsonaro.

Patricia foi escolhida para ganhar o Grande Prêmio de Jornalismo.

Aqui a justificativa do jornal:

Ameaças de agressão e linchamento virtual por um lado. Por outro, mensagens de apoio e buquês de flores entregues na redação. Essas foram algumas das consequências para a jornalista Patrícia Campos Mello após a publicação da reportagem “Empresários bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp”. O texto acaba de vencer o Grande Prêmio Folha de Jornalismo 2018.

“A importância da matéria”, diz Mello, “foi revelar como são as campanhas de manipulação da opinião pública com fake news”. Reportagens subsequentes mostraram novos detalhes, como um contrato oferecido a um presidenciável para disparos em massa pelo serviço de mensagens.

Outros resultados foram o banimento das contas das agências citadas no texto e a abertura de três investigações. “As ameaças foram assustadoras, mas a solidariedade com meu trabalho de jornalista foi muito positiva”, avalia Mello.