Grupos das redes secretas aplaudem o feminicídio e ódio à mulher

Por: Redação

Depois do massacre na escola em Suzano, o país começou a olhar com mais atenção as redes secretas nas redes sociais, em que os participantes são anônimos.
Nessas redes, os atiradores são apontados como heróis – e não assassinos.
Esses fóruns, também chamados de “chans”, se estimulam pedofilia, racismo, misoginia e até assassinatos.
Um desses grupos é conhecido “incels”.
Eles se definem como “celibatários involuntários”.
Ponto comum: ódio às mulheres.
Nesses diálogos secretos, o feminicídio é aplaudido.

Catraca Livre mostrou prints revelando como atiradores que promoveram o massacre de Suzano são elogiados como heróis em fóruns privados em que não se pode identificar seus participantes.

A Folha de São Paulo descobriu algo preocupante: estímulo, nessas redes, para que se repitam massacres como o de Suzano.

No ano passado, um dos frequentadores do fórum, André Garcia, 29, se despediu no site: “Vou quitar deste mundo”. Recebeu a resposta: “Se for se matar, leve a escória junto”.

Em junho do ano passado, ele saiu de casa armado e atirou na nuca de uma mulher que jamais havia visto na vida, em Penápolis (a 425 km de São Paulo). Encurralado pela polícia, deu um tiro no próprio peito. A vítima morreu um mês depois.

Kyo, como Garcia era conhecido no fórum, virou um mito na dark web brasileira.

O massacre de Suzano colocou luz nos chans – fóruns fechados em que os participantes são anônimos.

Em alguns desses chans, os atiradores de Suzano foram aplaudidos como heróis.

Crimes como desse tipo nos chans são incentivados. “Quando esses caras depressivos, solitários, decidem se matar”, conta um tuiteiro familiar com o ambiente, “seus coleguinhas nos chans usam um chavão: ‘se mate, mas leve o gado junto.’” No ano passado, um dos frequentadores fez exatamente isto. Antes de cometer suicídio, matou uma mulher que lhe negara as investidas.

O Canal Vice analisou os fóruns 55chan e Dogolachan, que disseminam ódio contra todo tipo de minoria.
Neles, os participantes queriam saber se os atirados de Suzano integravam o grupo.
Eles lamentavam que a dupla não tenha conseguido “vencer” o Massacre de Realengo, em 2011: Wellington Menezes de Oliveira, matou 12 crianças e cometeu suicídio.