Jornalista ligado a Bolsonaro rompe com Alexandre Garcia

O jornalista Alexandre Garcia não pode ser definido como “esquerdista”, “petista” ou mesmo adversário de Jair Bolsonaro.

Pelo contrário: ele é dos poucos jornalistas próximos do presidente.

O jornalista Allan dos Santos, editor de canal “Terça Livre”, anuncia que não vai mais seguir Alexandre Garcia nas redes sociais.

Motivo: ele deu um like num post de Natuza Nery que mostrava a mentira publicada por Allan dos Santos sobre a suposta motivação do Estadão no furo sobre as contas de Flávio Bolsonaro.

Deixei de seguir @alexandregarcia. O áudio está aí para qualquer que sabe inglês: “I only do that […] for X days BECAUSE this case can compromated, can arruin Bolsonaro”. Esse BECAUSE aí deixa claro o porquê dela estar perseguindo o caso.

O que ela quis dizer – e está claro no áudio – é que aquela matéria poderia comprometer a imagem de Bolsonaro – o que, de fato, aconteceu.

Na melhor das hipóteses – melhor, repito – seria uma distorção barata.

Alexandre Garcia sabe que o Estadão não faria essa reportagem apenas para “arruinar” Bolsonaro.

Sem checar a informação, Jair Bolsonaro disseminou a mentira nas redes, gerando críticas.

Allan Santos é frequentemente alvo de piadas nas redes por seus Fake News e comentários absurdos.

Ele disse que iria enfrentar sozinho a CNN, que vai montar uma operação no Brasil.

Não sabia que a CNN só emprestou a marca.

Allan dos Santos virou polêmica nas redes por sua posição anti-masturbação.
Baseado em supostos estudos científicos ( que não existem, de fato), ele defende que masturbação mata neurônios.

Também sem base científica, ele afirma que cigarro não faz mal à saúde – mesma tese de seu guru, Olavo de Carvalho que, aliás, teve um tumor na traqueia.

Allan dos Santos é responsável por um dos maiores vexames no relacionamento de Bolsonaro com a imprensa.

Seu site divulgou uma mentira grosseira contra o Estadão – um dos mais importantes jornais conservadores não apenas no Brasil, mas do mundo.

Um jornal com uma longa história do liberalismo e contra o socialismo – portanto, teoricamente afinado com a essência da agenda de Bolsonaro.

O jornal foi responsável pelo furo que abalou a família Bolsonaro.
Descobriu a movimentação suspeita nas contas do ex-motorista Fabrício Queiroz.
A reportagem é baseada em documentos oficiais do COAF ( O Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Um jornalista ligado à família Bolsonaro, Allan dos Santos, está divulgando neste domingo uma Fake News: a de que intenção da reportagem era arruinar Flávio e o governo.
Quando se ouve o áudio em inglês, não se encontra essa frase.
O que está lá é que a reportagem poderia “arruinar” Bolsonaro – e não que a intenção seria arruinar Bolsonaro.

A partir desse Fake News, Bolsonaro liderou ataques nas redes contra o Estadão em especial, mas para toda a mídia.

Nem se deu ao trabalho de checar o áudio – até porque não entende inglês.

Atacou não apenas a repórter que fez a matéria – Constança Rezende – mas o pai dela.

Disse no seu Twitter, “Constança Rezende, do ‘O Estado de SP’ diz querer arruinar a vida de Flávio Bolsonaro e buscar o Impeachment do Presidente Jair Bolsonaro. Ela é filha de Chico Otavio, profissional do ‘O Globo’. Querem derrubar o Governo, com chantagens, desinformações e vazamentos.”

Na semana passada, Allan dos Santos chamou a imprensa de “imunda”, “porca” e “hipócrita”.
O comentário foi provocado pela condenação dos jornalistas à divulgação do vídeo pornográfico por Bolsonaro.
O próprio Allan reproduz trecho do vídeo pornográfico.

Allan é um dos líderes da vaquinha suspeita nas redes sociais para salvar Olavo de Carvalho, guru de Bolsonaro.
Advogados estudam se a vaquinha não incorreria no crime de estelionato.

Seguidor de Olavo de Carvalho, o jornalista Allan dos Santos postou em seu perfil a campanha para salvar o filósofo, atolado em dívidas.

Foi, então, compartilhado por Eduardo Bolsonaro, num movimento que atraiu o cantor Lobão.

Mas não explica se haveria alguma relação entre o tumor que teve na traqueia e seu hábito de fumar.

É certeza, porém, que a campanha liderada pelo jornalista Allan tem ligação com a cirurgia de Olavo de Carvalho.

Não haveria problema algum em alguém atolado em dívidas recorrer a amigos ou mesmo fazer uma vaquinha pública.

Colapsos financeiros podem ocorrer com qualquer um: ainda mais quando envolve saúde.

Mas o que Olavo de Carvalho está fazendo é um golpe desonesto, associando suas dívidas a questões ideológicas.

Coloca-se como uma vítima da “esquerda” e do governo com seus impostos (o que soa bem para ouvidos liberais).

Deu um toque emocional ao falar da saúde.

Começa com a posição de vítima para sensibilizar os doadores: “acossados por uma rede internacional de caluniadores e difamadores, recebemos ainda uma cobrança monstruosa de despesas médicas e impostos”.

A história é simples: Olavo de Carvalho não fazia seguro-saúde, o que é uma temeridade para alguém mais velho, fumante e sedentário.

Até se orgulhava de não ter plano de saúde:

Ou seja, aconteceu o que qualquer pessoa sensata sabia: mais cedo ou mais tarde, a conta hospitalar iria fazer um estrago.

Fez: uma operação para retirada de um tumor num país em que a medicina é cara.

Sobre impostos, a suspeita é mais complicada.

Não se sabe se a dívida é apenas nos Estados Unidos.

Mas certamente é aqui no Brasil, onde Olavo de Carvalho omite declarações.

Esse documento acima mostra que o filósofo Olavo de Carvalho tem problemas com a Receita Federal.

Sua empresa – Olavo de Carvalho Produções – é classificada pela Receita Federal como inapta.
Motivo: omissão de declarações.
Outros documentos mostram que ele  nem sempre omitiu declarações de renda.

O filósofo Olavo de Carvalho, Guru de Bolsonaro, informa que o endereço de sua empresa no Brasil ficaria na rua Duque de Caxias 80, em São Paulo – mais conhecida com a região da “Boca do Lixo” – no passado, misturavam-se ali drogas, quadrilhas e prostituição.

Mas uma visita ao prédio revela que não existe nenhuma empresa ligada ao filósofo.
Ou seja, um endereço falso.