Jogo sujo das milícias digitais contra universidades
Grupos de Whatsapp de milícias bolsonaristas estão orquestrando ataques contra universidades federais. A denúncia é do professor Fabrício Benevenuto, do Departamento de Ciência da Computação da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
De acordo com Benevenuto, que é pesquisador em redes sociais , “o monitor de Whatsapp nesses últimos dias está inundado de memes e imagens contra as universidades federais”.
Segundo o professor, as mensagens mais compartilhadas seguem quase sempre o mesmo figurino: possuem conteúdo sexual, com imagens de jovens nus ou de capas de teses e dissertações sobre o tema supostamente defendidas em universidades federais. Também são comuns alusões à homossexualidade.
“Fui olhar como estava a situação certo dia e apareceram várias mensagens sobre o tema, do nada”, disse ele à Folha.
Our ICWSM'19 demo paper “WhatsApp Monitor: A Fact-Checking System for WhatsApp” is available for download at https://t.co/456DgClOTX
Joint w/ @fbenevenuto, @gvrkiran, Philipe Melo, Jussara Almeida, and @gustavo
Thank you all for this amazing work :)@icwsm @WhatsApp pic.twitter.com/ZuG1nTLBcz— Johnnatan Messias (@johnnatan_me) April 6, 2019
O sistema realiza varreduras em mais de 500 grupos públicos do aplicativo —em geral, aqueles nos quais a pessoa pode se inscrever a partir de links disponibilizados em sites ou outras redes sociais.
“São monografias/dissertações/eventos ridicularizados por seus títulos e temas”, escreveu o estudioso na semana passada no Twitter.
“São imagens de pessoas nuas em festas e protestos e memes dizendo que os alunos das federais levam mais de 12 anos para formar, pois só usam drogas”, continuou.
O monitor de whatsapp nesses últimos dias está inundado de memes e imagens contra as universidades federais. São monografias/dissertações/eventos ridicularizados por seus títulos e temas.
— Fabrício Benevenuto (@fbenevenuto) May 9, 2019
“Claramente é um esforço orquestrado. Trabalho de profissional. Segue o mesmo estilo da campanha eleitoral. Quem financia essa fábrica de desinformação?”, questionou.