Leia os melhores comentários sobre as manifestações de domingo

O Canal Meio selecionou as melhores colunas sobre as manifestações deste domingo, 26, a favor do presidente Jair Bolsonaro. Veja:

Segundo o G1, militantes a favor do governo encheram as ruas ontem em pelo menos 156 cidades dos 26 Estados brasileiros, além do DF. Ocuparam sete quarteirões da avenida Paulista, três deles cheios, e outros sete quarteirões em Copacabana, dois com densidade. Houve quem pedisse o fechamento do Supremo ou do Congresso — eram minoria.

Durante um culto, ainda ontem, Bolsonaro celebrou. “Hoje o povo está indo às ruas, não para defender um presidente, está indo para defender o futuro desta nação, com respeito às leis e às instituições, mas com o propósito de dar recado àqueles que teimam com velhas práticas, não deixar que esse povo se liberte.”

Sem tsunami

A “Folha de S.Paulo” relatou: “Quando surgiram as primeiras imagens de gente na rua em apoio a qualquer coisa associada ao governo, incluindo aí ataques ao Congresso e ao Supremo, Bolsonaro passou a alimentar suas redes sociais com a celebração da manifestação”.

“Como o bom senso sugeria, houve bastante gente, mas nenhum tsunami”, explicou a reportagem. “Tampouco houve o fracasso que a torcida à esquerda previa. […] Assim, não houve nada que assustasse o Congresso como o ato em defesa da educação da semana retrasada — cujo poderio ainda precisa ser avaliado, pois se refluir a um ambiente esquerdista, tenderá a dissolver enquanto força de pressão. O Brasil de 2019 é um país à direita”, continuou a “Folha”.

No UOL, Josias de Souza escreveu que “neste domingo, o pedaço da sociedade que tem simpatia por Bolsonaro foi às ruas para ronronar por ele”. “Imaginar que isso fortalece o governo é uma fantasia.”

“Em seis meses, se tudo o que o governo tiver a apresentar contra o buraco fiscal, a sedação econômica e a perversão ética for um conjunto de desculpas, o mesmo asfalto que faz ronrom pode rosnar”, prosseguiu o jornalista.

“Pragmático, o povo não costuma ser leal senão aos seus próprios interesses. […] Nesta segunda, ao abrir o expediente no Palácio do Planalto, Bolsonaro continuará pressionado pela mesma necessidade de entregar o que prometeu.”

Nutella

O jornalista Alon Feuerwerker, por sua vez, acredita que “permanece uma tensão política”. “Não é entre governo e oposição. É disputa essencialmente dentro do bloco político-social que elegeu Jair Bolsonaro.”

“Usando aqui livremente a linguagem das redes, é uma luta entre o bolsonarismo raiz e o nutella para decidir quem vai mandar”, analisou. De acordo com o jornalista, neste domingo, o primeiro foi às ruas e mostrou disposição de combate.

“Esse é um problema do bloco que reúne os saudosos da hegemonia do agora Novo PSDB de João Doria, o bolsonarismo arrependido, o bolsonarismo escanteado no governo e o dito Centrão: se essa aliança informal mostra musculatura, falta-lhe povo. […] A turma que sonha com um bolsonarismo sem Bolsonaro não tem por enquanto garrafas suficientes para entregar.”

Já Ascânio Seleme, em “O Globo”, publicou: “O que importa numa manifestação como a deste domingo é que um grupo grande de brasileiros, honestos e sinceros na sua maioria, foi à rua pedir soluções para tirar o Brasil do buraco. Há duas semanas outro grupo de brasileiros honestos e sinceros pedia da mesma forma saídas para a crise. A diferença entre os dois times é marginal. Uns são mais humanistas, outros mais egoístas. Uns querem resultados já, outros poderiam ter resolvido ontem. Todos são brasileiros e querem um Brasil melhor para si, para seus filhos, para todos.”