Relatos levantam suspeitas de João de Deus com “máfia da morte”

Sabrina  Bittecourt é a principal responsável pelo dossiê com denúncias de abuso sexual que levou à prisão de João de Deus: agora, ela levanta, em conversa com a Catraca Livre, mais uma suspeita que abriria um novo campo de investigação – e ajudaria a explicar parte da fortuna do “medium”.

Depois que saíram as denúncias, gerando uma bola de neve, ela passou a receber mais pistas de crimes: uma delas envolveria João de Deus na “Máfia da morte”. Ele recebeu inclusive aúdios com depoimentos de supostas testemunhas.

“Estou recebendo de diferentes fontes informações de que João de Deus teria envolvimento com o que apelidaram de “Máfia da Morte”.  Ele teria um acordo com as funerárias locais para fazerem a gestão de seguros saúde internacional, superfaturando os valores dos serviços prestados para que os estrangeiros fossem enterrados em Abadiânia, em Goiás.
Segundo os relatos recebidos por Sabrina,  João de Deus  participaria de um esquema para que os  pacientes estrangeiros  “estado de saúde terminal”, que morreram em Abadiânia,  não fossem enterrados em seus países.

Sabrina afirma que os parentes enviavam os dados das seguradoras, as funerárias “colocavam um preço bastante acima do praticado no mercado”  e todos ganhavam sua comissão porque para as seguradoras saía mais barato do que transladar os corpos.
“Perguntei a algumas pessoas desde quando existe esta prática e me confirmaram que desde a década de 90 a população local tem ciência da prática. Parece ser que guias espirituais estrangeiros, encarregados de levar para a Casa Dom Loyola os pacientes e devotos com doenças graves, também eram orientados a fazer os pacientes assinarem um termo de responsabilidade isentando a João de Deus e funcionários da Casa de qualquer consequência por escolher este tipo de atendimento terapêutico.

Sabrina conta por que também está divulgando essas informações:
“Compartilho estas informações, no intuito de facilitar e favorecer uma ampla investigação para salva-guardar o direito dos familiares estrangeiros de ter informações mais detalhadas referente ao falecimento de seus entes queridos e eventualmente que as Embaixadas da Holanda, Austrália, Estados Unidos, França, Alemanha, Áustria, Suíça (países com maior número de estrangeiros devotos de João de Deus) possam solicitar formalmente uma resposta enquanto a estas suspeitas às autoridades brasileiras. “