TV Record e Igreja Universal multadas em R$ 600 mil por racismo

Em dois programas da Igreja Universal do Reino de Deus transmitidos pela TV Record – “Mistérios”e “Sessão Descarrego”- foram feitos duros ataques contra umbanda e candomblé.
O Ministério Público considerou os ataques intolerância religiosa e apontou “racismo institucional praticado por meio de comunicação social”.
Depois de 13 anos na Justiça, o caso chega ao fim.
TV Record terá de pagar R$ 600 mil de indenização, dar direito de resposta e custear integralmente vídeos didáticos sobre religiões de matriz africana.
A ação é de autoria do Ministério Público Federal, com apoio do Instituto Nacional de Tradição e Cultura Afro-Brasileira (Itecab) e ao Centro de Estudos das Relações de Trabalho e da Desigualdade (Ceert).
Essas duas entidades vão produzir os vídeos educativos, além de receber os R$ 600 mil de indenização.
O Ministério Público defendeu, na Justiça, a posição de que os programas eram uma manifestação de “intolerância religiosa em pleno espaço público televisivo contra as religiões afro-brasileiras”.
Afirmou que não se pode “servir de instrumento para ‘acobertar’ condutas ilegais”.
Em julgamento, em 2018, o procurador Walter Rothenburg enfatizou a importância da tolerância religiosa para democracia e acrescentou:
“E esse foi um episódio de “racismo institucional praticado por meio de comunicação social”

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