A melhor análise sobre a pesquisa Datafolha que detonou Bolsonaro

Por: Redação

A melhor análise da pesquisa publicada hoje pelo Datafolha sobre a imagem em queda de Jair Bolsonaro é de Mauro Paulino e Alessandro Janoni – ambos são diretores do instituto.

Eles mostram, com base em números, como o tom belicoso de Bolsonaro está tirando rapidamente seu capital eleitoral.

E essência, os eleitores passam a acreditar que Bolsonaro, segundo os diretores do Datafolha, não se comporta como um presidente.

Trecho da análise:

“Mesmo com o peso quantitativo de sua crescente impopularidade entre mulheres, os que têm menor renda e baixa escolaridade, moradores do Nordeste, talvez incomode mais o pesselista ver sua reprovação subir também entre homens, moradores do Sul e entre os que têm altas renda e escolaridade — perfis que o elegeram com expressivas taxas de apoio.
Um em cada quatro dos que votaram no capitão reformado não repetiria a opção caso o pleito fosse hoje, garantindo a Fernando Haddad uma liderança apertada, mas fora dos limites da margem de erro. Os mais arrependidos são os que têm entre 45 a 59 anos, faixa especialmente atingida pela reforma da Previdência.”

Mais um trecho:

A verborragia presidencial é abominada pela grande maioria da população e alcança quase 90% de reprovação quando se vale, por exemplo, de conteúdo escatológico.

Marcadores de preconceito e nepotismo, como nos casos das frases sobre os “governadores da Paraíba (Nordeste)” e da indicação do filho para embaixada brasileira nos EUA, alcançam o patamar de 70% de rejeição, tendência potencializada entre os mais escolarizados e mais jovens.

Conclusão:

A persistência no tom belicoso tende a desidratar a popularidade de Bolsonaro a níveis próximos de seu núcleo fiel: entre os 10% que o consideram um presidente ótimo e os 14% de bolsonaristas heavy, isto é, eleitores identificados pelo Datafolha que concordam com a maioria das pautas da agenda presidencial.

A estratégia contém o risco de reduzir ainda mais sua pregação apenas para convertidos, acentuando o que já ocorre nas redes sociais.