Dimenstein: vitória do jornalismo contra jogo sujo de Bolsonaro

Foi uma vitória do jornalismo – e uma derrota de Jair Bolsonaro, para quem o jornalismo é ” inimigo do povo”.

Na verdade, somos inimigos de quem usa o poder contra o povo, mentindo, enganando, corrompendo.

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Uma derrota não apenas dele, nas de todos os que fazem jogo sujo nas redes sociais – da esquerda, centro ou direita.
Portanto, é uma vitória da democracia.
É uma vitória a todos aqueles que são diariamente atacados com ofensas, mentiras, xingamentos, vítimas de uma ação secreta e coordenada.
Estou me referindo à investigação do O Globo, publicada hoje, sobre as milícias digitais associadas a Jair Bolsonaro.
Apoiados por sistemas avançados de tecnologia da informação, jornalistas estão mostrando como lidar com a manipulação nas redes sociais.
É uma aliança do jornalismo com os robôs criados por inteligência artificial.
A imprensa está aprendendo a lidar com esses esquemas, afinal são novos.
A Folha já tinha denunciado como redes de WhatsApp foram usadas clandestinamente para impulsionar, usando Fake News, a candidatura Bolsonaro.
Denúncias na imprensa também fizeram o Facebook tirar contas associadas a perfis que disseminavam ódio e desinformação.
Agora, jornalistas do O Globo expuseram mais detalhes sobre esses esquemas secretos – e obrigaram o Twitter a tirar contas do ar.
Já é possível, usando robôs, rastrear com precisão como se processa, nas redes, a onda de ataques.
Foi o que o Globo fez com a ajuda do Laboratório de Estudos e Imagem de Cibercultura (Labic) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Chegou-se a esse perfil abaixo como difusor de Fake News. Entre as vítimas, o jornal O Estado de S. Paulo.

Entre os 4 milhões de seguidores do presidente Jair Bolsonaro no Twitter , o perfil @gomes28774783 chama a atenção. Sua atuação na rede social se restringe quase exclusivamente à defesa de assuntos de interesse do governo. Ele já chegou a fazer 16 tuítes em um minuto. Do dia 9 ao 27 deste mês, foi responsável por 3.170 publicações, o que dá uma média de uma a cada dez minutos.

Esse perfil fez parte dos ataques ao Estadão, com base em uma Fake News disseminada por Bolsonaro contra o Estadão, a partir de um post do site Terça Livre, editado por Allan dos Santos – um discípulo de Olavo de Carvalho.
Mais dois assuntos que mereceram uma operação especial: nomeação Ilona Szabó para um conselho do Ministério da Justiça, e na defesa da atuação de Bolsonaro na viagem aos Estados Unidos.