Época: PF investiga ligação de advogados de Adélio com o PCC
PF quer saber quem está por trás do quinteto de advogados que defende Adélio Bispo
O segundo inquérito da PF sobre o atentado a Jair Bolsonaro no ano passado em Juiz de Fora (MG), durante a campanha eleitoral, levanta hipótese de ligação dos advogados de Adélio Bispo de Oliveira com a facção paulista PCC (Primeiro Comando da Capital (PCC).
No relatório do primeiro inquérito enviado à Justiça Federal, a PF descartou “a participação direta de terceiros em coautoria com Adélio Bispo no dia e no momento da prática do atentado, seja emprestando apoio moral ou material”.
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Reportagem publicada pela revista “Época” desta semana revela que um ponto específico tem chamado a atenção dos agentes federais: quem está por trás do quinteto de advogados –liderado por Zanone Manuel de Oliveira– que defende Adélio Bispo?
Nos últimos dois meses, o repórter Bruno Abudd entrevistou 22 pessoas ligadas ao episódio e teve acesso a detalhes do segundo inquérito. De acordo com a revista, os agentes procuram provas de que a defesa de Adélio Bispo possa ter sido paga por integrantes mineiros da facção criminosa.
Os indícios para isso: mesmo desempregado, Adélio conseguiu se hospedar em uma pensão em Juiz de Fora e horas após o crime teve quatro advogados a seu dispor, inclusive Zanone Manuel de Oliveira, um dos criminalistas mais caros do país.
Segundo a defesa de Bolsonaro, “Adélio” pode ter agido por encomenda ou ter sido influenciado por terceiro. De acordo com a reportage, “a suspeita surgiu no final do dia 7 de setembro, quando Bispo foi transferido para um Centro de Remanejamento do Sistema Prisional , em Juiz de Fora. Ao entrar nos corredores do presídio, ele foi aplaudido pelos internos. “Ele foi recebido como herói”, disse um policial, reproduzindo informação do diretor do presídio.
A nova linha de investigação, segundo a reportagem, é sussurrada em corredores do Planalto e do Ministério da Justiça.
A suspeita de envolvimento do PCC no ataque a Bolsonaro não chegar a ser uma novidade. Em outubro do ano passado, um mês após o atentado, o jornal “O Tempo” noticiou que essa era principal linha de investigação da PF no primeiro inquérito.
Uma das principais suspeitas dos agentes recaiu sobre Klayton Ramos de Souza, o “Veim”, como é chamado pela facção, e amigo de Adélio.