Itamaraty é a crise da vez no governo Bolsonaro

As declarações do presidente da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), o diplomata Mario Vilalva, é mais um capítulo da crise interna no Itamaraty.

Vilalva declarou ter sofrido um “golpe” de Ernesto Araújo e acusou o ministro das Relações Exteriores de deslealdade.

 
Créditos: Rafael Carvalho/GT
 

Documento obtido pela Folha revela que o ministro Ernesto Araújo transferiu diversas atribuições da presidência da Apex a dois dos seus aliados no órgão, a diretora de Negócios, Letícia Catelani, e o diretor de Gestão Corporativa, Márcio Coimbra.

“[Eu recebi] com muita surpresa e muita decepção. Eu não esperava isso de um colega [Araújo] ao qual eu fui leal o tempo todo”, disse Vilalva à Folha.

“O mais grave foi o fato de que as mudanças foram feitas sem o presidente da Apex saber e que elas foram escondidas em documento guardado em cartório, o que demonstra jogada ardilosa e de má-fé”, acrescentou o embaixador.

Este é só mais um capítulo de uma crise anunciada.

Hoje, a jornalista Eliane Cantanhede em sua coluna no Estadão revela que chanceler Ernesto Araújo quer demitir 45 embaixadores. A lista já foi enviada à Casa Civil.

Esses diplomatas ocupam postos importantes no exterior – embaixadas ou consulados e chefias de representações do Brasil em organismos internacionais, entre eles o embaixador nos Estados Unidos, Sérgio Amaral.

Segundo ela, Bolsonaro anunciou os primeiros 15 embaixadores a serrem demitidos antes de sua viagem aos Estados Unidos.

A jornalista registra que alguns embaixadores se queixam por se considerarem no “limbo”. Suas demissões são anunciadas. mas eles permanecem no posto como “almas penadas”.