Pistoleiro denuncia milícia em grupo de secretário de Bolsonaro

Osnir Sanches foi um dos responsáveis por organizar uma milícia armada paga pela UDR (União Democrática Ruralista) no final dos anos 1990, grupo chefiado por Luiz Antônio Nabhan Garcia, secretário do Ministério da Agricultura no governo Bolsonaro.

O ex-pistoleiro era o “chefe de segurança”, como explica o jornalista Daniel Camargo, do site Repórter Brasil, com a função de contratar soldados para um exército clandestino a serviço de fazendeiros do interior do Paraná.

Bolsonaro e Nabhan Garcia, Secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura
Créditos: Arquivo pessoal
Bolsonaro e Nabhan Garcia, Secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura

Osnir foi um dos quatro condenado pelo assassinato do integrante do MST Sebastião Camargo, executado em fevereiro de 1998.

Apesar de ter sido sentenciado a 14 anos de prisão, ele ficou só um mês atrás das grades.

Ao repórter Daniel Camargo, Osnir dá detalhes de como funcionava o treinamento de pistoleiros na organização e acusa a UDR de tê-lo abandonado. “Acabou com a minha vida. Estou pagando por uma coisa que não fiz”, afirmou.

Criada em 1985 para conter o avanço do MST, a UDR foi é presidida desde o início dos anos 2000 pelo pecuarista Nabhan Garcia.

Ele comandou a organização até o ano passado, quando se licenciou para ser o responsável pela reforma agrária no Brasil, além da demarcação de terras indígenas e quilombolas.

O secretário do governo Bolsonaro chegou a ser investigado pela contratação de pistoleiros nos anos 2000, mas nunca foi indiciado.

Confira aqui a íntegra da reportagem com mais detalhes da atuação do Exército armado da UDR.