Brasileiros negativados pedem nome emprestado para fazer compras

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Um levantamento realizado em todas as capitais pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de educação financeira ‘Meu Bolso Feliz’, revela que em cada dez brasileiros, dois (21%) já pediram o nome emprestado a outras pessoas para realizar compras parceladas – especialmente as mulheres (26%).

A estratégia é utilizada principalmente pelos consumidores que enfrentam dificuldades para ter acesso ao crédito, mas querem continuar consumindo. Quase um terço desses entrevistados (31%) disse que teve de recorrer ao empréstimo de nome por estar com o CPF registrado em cadastrados de inadimplentes e 24% alegam ter estourado o limite do cartão de crédito ou do cheque especial.

“Trata-se de uma combinação perigosa para o bolso do consumidor. Ele não conseguiu pagar suas dívidas antigas ou está no limite do endividamento, mas ainda assim mostra-se disposto para continuar consumindo por meio da ajuda de terceiros. Em vez de priorizar o pagamento de dívidas, esse comportamento pode fazer com que o consumidor fique com suas finanças desajustadas”, alerta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

O estudo ainda revela que grande parte dos pedidos de empréstimos de nome é feita para pessoas muito próximas, geralmente um familiar ou amigo e a proximidade da relação acaba sendo um dos fatores de constrangimento para a recusa do pedido. Quando se considera o empréstimo de cartão de crédito, por exemplo, os mais solicitados são os pais (32%), amigos (21%) e familiares (20%). Já quando a solicitação é para abrir um crediário, os pedidos são concentrados, principalmente nos amigos (56%), pais (27%) e familiares (18%).