Educação financeira: confira seis dicas para minimizar o consumismo infantil

A educação financeira é um grande desafio contemporâneo, afinal, o dinheiro e o consumo fazem parte do dia a dia das crianças desde pequenas. E, além disso, elas são alvo da publicidade, que faz apelos ao consumo, em diferentes momentos do seu cotidiano desrespeitando a legislação vigente. O Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, que este ano completa 10 anos, conversou com a especialista em educação financeira Cássia D’ Aquino para entender como os pais e responsáveis podem falar de educação financeira com as crianças e garantir que os pequenos estabeleçam uma relação mais sustentável com o consumo.

1 – Ensine o valor do dinheiro

A educação financeira vai além do explicar que se deve gastar menos do que se ganha: os pais devem ensinar aos filhos formas de ganhar dinheiro e também como gastar de forma mais consciente, orientando que toda escolha tem uma consequência. Além disso, é preciso mostrar as vantagens de poupar, adiando os desejos imediatos, em função de um benefício futuro.

2 – Semanada ou mesada

Outra sugestão é que os pais combinem um valor de semanada ou mesada, que deve estar dentro do orçamento familiar, e acompanhem como os filhos lidam com esse dinheiro. A consultora salienta que é importante que os adultos cumpram seus combinados sobre dinheiro e consumo, e deem o exemplo, já que as referências e modelos de comportamento são de extrema importância para o desenvolvimento da autonomia da criança.

Educação financeira.
Educação financeira.

3 – Impactos dos pedidos dos filhos no orçamento familiar

As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões nas compras domésticas, segundo estudo do TNS/InterScience. No entanto, não cabe aos filhos tomar decisões que possam interferir ou desorientar os rumos do orçamento familiar, e sim aos adultos. As crianças não podem assumir decisões que elas não têm condições de se responsabilizar. Uma boa dica para colocar em prática um planejamento financeiro é convidá-las a fazer as compras de supermercado, por exemplo. Os pais podem envolvê-las, concretamente, em diversas tarefas, como checagem na despensa, elaboração da lista de compras e a colocação dos produtos no carrinho, sempre orientando e explicando as escolhas.

4 – Consumismo infantil e estresse familiar

Brinquedos e presentes são apenas alguns dos pedidos dos filhos aos pais, que nem sempre sabem como reagir a eles. Os pais devem esclarecer os limites da realidade financeira doméstica, mas, para isso, não é preciso expor os filhos a complexidade do problema, e sim explicar as prioridades familiares e viver de acordo com elas. Essa coerência já é um bom exemplo para que as crianças entendam sobre os limites financeiros da casa. Vale lembrar que dizer não, sempre que necessário, também é uma parte importantíssima no processo de educação de uma criança.

5 – Publicidade infantil

Atualmente a publicidade faz parte do, cotidiano das famílias, pois as crianças são expostas a essas comunicações mercadológicas, que estimulam o desejo precoce de consumo, em todos os espaços por onde transitam. O ideal é que os responsáveis acompanhem, por exemplo, os programas assistidos na TV ou os jogos na internet, e estimulem os pequenos a desenvolver um pensamento crítico sobre o que lhes é mostrado, além de explicar que nem tudo o que é apresentado condiz com a realidade. O diálogo é a chave para transformação.

6 – Papel da escola na relação com o consumismo infantil

O papel da escola no combate ao consumismo infantil é grande e por isso é de extrema importância que a instituição de ensino ofereça aos alunos um ambiente livre dos apelos de consumo como já previsto na nota técnica do MEC depois da resolução 163 do Conanda de 2014.