Aos 6 anos, Arthur está na escola: uma história de inclusão

Até os 6 anos de idade Arthur nunca tinha ido à escola. Ele e sua família moram em Belém (PA) e, por conta de complicações no nascimento, o pequeno tem algumas complicações motoras. Ao nascer, a previsão médica era de que o menino nunca andaria. Mas, contrariando essas expectativas, ele não só anda e corre, como surpreende a todos diariamente com seu crescimento e suas conquistas. E foi a partir de um encontro com o projeto Rios de Inclusão, que, hoje, o pequeno está matriculado na escola, tem amigos e uma rotina cada vez mais permeada de trocas e experiências ricas em aprendizado.

Sua mãe, Ana Claudia dos Santos Vinagre, tentou matricular o filho na escola diversas vezes, mas para todas as tentativas a resposta era a mesma: “não há lugar, não temos como atendê-lo”. Em novembro de 2015, a família recebeu uma visita inesperada: de um ônibus do projeto Rios de Inclusão – iniciativa do UNICEF, em parceria com o Governo do Estado do Pará, a Prefeitura de Belém, e a Fundação de Desenvolvimento da Amazônia (Fidesa). Os coordenadores da iniciativa conversaram com Ana Claudia, e convidaram-na para participar de uma mobilização que estava ocorrendo numa escola próxima, voltada à inclusão de crianças e adolescentes com deficiência na escola.

A equipe do projeto, então, entrou em contato com a EMEI Professora Maria Madalena Travassos, onde a filha mais velha da família havia estudado, e Ana Claudia sonhava em matricular o filho, e viabilizou a matricula de Arthur, que começou a frequentar as aulas em fevereiro deste ano, no Jardim 2, junto com as demais crianças de sua idade.

“Foi difícil para a gente se acostumar com ele longe de casa”, conta a mãe. A EMEI funciona em tempo integral e o menino passaria a ficar o dia todo na escola. “Fiquei preocupada em como ele passaria o dia, como se comportaria. Pensava também como seria o cuidado e a troca de fraldas, que ele ainda usa”, diz a mãe. As preocupações foram sendo sanadas à medida que a escola dava início ao processo de inclusão.
“Foi difícil para a gente se acostumar com ele longe de casa”, conta a mãe. A EMEI funciona em tempo integral e o menino passaria a ficar o dia todo na escola. “Fiquei preocupada em como ele passaria o dia, como se comportaria. Pensava também como seria o cuidado e a troca de fraldas, que ele ainda usa”, diz a mãe. As preocupações foram sendo sanadas à medida que a escola dava início ao processo de inclusão.

A inclusão é um desafio para as famílias, mas também para os educadores. Amanda de Cássia Silva Ferreira, a professora da turma de Arthur, ficou preocupada com a chegada do novo aluno. “Quando fiquei sabendo, tomei um susto muito grande. Conversei com as coordenadoras e fui estudar para saber o que fazer”, conta ela.

Mas a história de Arthur é um exemplo de sucesso na inclusão e chegada do menino foi mais fácil do que todos esperavam. “Ele não teve problemas de adaptação. Foi logo contagiando todos, querendo ser amigo de todo mundo. Ele é uma criança muito carinhosa e adora conversar. Chega à classe e vai logo perguntando ‘Tia, por que isso? Tia, como é aquilo?’”, relata a professora. Em pouco tempo, Arthur já estava enturmado e cheio de amigos.

“As crianças também o protegem bastante, ajudam quando ele não consegue calçar o sapato, ficam do lado. Do começo do ano para cá, Arthur aprendeu muitas coisas”, conta a professora. A principal conquista foi a independência. “Aqui na escola, a gente estimula que ele faça as coisas sozinho: tome banho, vista a própria roupa, coma, guarde o material. Ele já aprendeu tudo isso e hoje consegue acompanhar a turma”, comemora Amanda.

Suas conquistas podem ser percebidas, também, no jeito carinhoso como ele fala sobre a escola. Quando perguntado sobre a rotina, Arthur abre um grande sorriso e começa a contar: “A escola é assim: a gente chega, deixa a mochila na sala e vai lanchar. Tem biscoito no lanche! Aí a gente espera os coleguinhas para ir para a sala fazer um monte de coisa. A minha professora é a Amanda e eu gosto muito dela! Ela me ensina a escrever. Depois, a gente toma banho, almoça e vai dormir. Aí é hora de lanchar de novo e esperar o tio Rodrigo, o motorista. E pronto, eu venho para a minha casa. Todo dia é assim. E eu gosto muito de lá”.

Com informações de Unicef.