O curso e a vida

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Fachada do Café Tortoni
Fachada do Café Tortoni

Ontem começou meu curso de espanhol. No primeiro dia você faz uma prova, para saber em qual nível entrará. Quase todos os testes dão o resultado intermediário, mas se você não se sente seguro com algumas coisas básicas como conjugação verbal e uso de pronomes, peça para te colocarem no nível básico. Foi o que eu fiz. Na escola em que estudo (Latin Immersion) mais de 90% dos alunos são brasileiros. Um grande desafio para quem pretende voltar para o Brasil falando espanhol.

Os professores são muito pacientes e adoram ouvir palavras em português. O intercâmbio é, de certa forma, uma troca de conhecimento com quem está te recebendo. Além de brasileiros, a escola também recebe muitos italianos, americanos e alemães. Esses dois últimos têm muita dificuldade em pronunciar palavras de origem latina, então é muito engraçado ter aula com eles.

O curso avança muito rapidamente. Em apenas um dia já aprendemos muito sobre o vocabulário e sobre a estrutura da língua, mas a melhor forma de aprender é vivendo a ciudad.

Como estou sozinha aqui em Buenos Aires, todas as dúvidas devo tirar com os portenhos que encontro por aí. E nem todos têm a paciência de me ouvir falando português. Portanto, a única forma de sobreviver aqui é aprendendo a falar, no mínimo, o portunhol na primeira semana. Ir a restaurantes tradicionais, como o Café Tortoni, é importante, mas essencial é entrar em um pub escondido em alguma rua da cidade. Ver um jogo de futebol junto com os demais argentinos e, principalmente, fazer amigos e comer um bom asado na casa deles.

Os argentinos são muito doces e atenciosos com os turistas, mas quando estiver por aqui, não tente ser turista. A melhor parte é aproveitar a cidade como se fizesse parte dela. Gasta-se menos e conhece-se muito mais. Portanto, a dica número um para quem quer fazer intercâmbio é: aprenda a estrutura na escola, mas estruture-se na cidade.