Roda de conversa: em BH, encontro quinzenal busca modelo de educação menos hierarquizado
Um espaço no qual todo mundo aprenda e todo mundo ensine. Um currículo escolar que seja flexível e se ajuste às diferentes comunidades – e realidades – de um país grande e diverso como o Brasil. Foram essas ideias que motivaram a criação da Roda de Conversa, grupo de estudo aberto ao público, que reúne quinzenalmente professores, estudantes, pais de alunos, artistas e outros interessados em educação, em Belo Horizonte. O nome é autoexplicativo: “roda” é aquele lugar onde todos se veem e estão no mesmo nível; um ótimo formato para conversar e trocar conhecimento.
As reuniões se dedicam à leitura de textos e ao bate-papo sobre a pedagogia libertária – uma linha pedagógica alternativa ao currículo formal, que propõe um conteúdo que não seja imposto verticalmente, mas criado em conjunto, nascendo das particularidades de cada escola e de seu entorno.Os participantes também estudam casos de como essa pedagogia pode ser aplicada na realidade. Um exemplo é a Escola da Ponte, no Porto, em Portugal, instituição de ensino onde os alunos não se dividem por classes pela faixa-etária, mas de acordo com seus interesses de aprendizado. E o interesse comum pode ser, por exemplo, a construção de um navio – empreitada que pode contemplar disciplinas como matemática, física e história.
Realizada quinzenalmente, sempre aos domingos, desde outubro de 2013, a Roda de Conversa atrai em média 20 pessoas por sessão. O ponto de encontro é o Espaço Comum Luiz Estrela, um centro cultural de BH. No dia 23 de agosto, próximo sábado, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, o grupo vai passar da teoria à prática, num encontro com estudantes da ocupação Guarani Kaiowa. A intenção é complementar um projeto de ensino que não tenha o professor como única fonte de conhecimento. “Todo mundo vai se conhecer melhor e descobrir junto os temas das aulas”, explica Zion Motta, professor de ensino médio.