A Fazenda: Ilha ironiza lei Maria da Penha e pede ‘João da Penha’

Segundo o peão, as mulheres estariam se "aproveitando" da lei e sugeriu a criação de uma medida protetiva para os homens contra os ataques femininos

Rafael Ilha sugeriu criação da lei ‘João da Penha’
Créditos: Reprodução/RecordTV
Rafael Ilha sugeriu criação da lei ‘João da Penha’

Um dos participantes mais polêmicos da décima temporada de A Fazenda, Rafael Ilha ironizou a lei Maria da Penha ao afirmar que as mulheres estariam se “aproveitando” de tal determinação judicial sancionada em 2006 para penalizar a violência doméstica, e sugeriu a criação da lei “João da Penha” para defender os homens dos ataques femininos.

O momento aconteceu nesta sexta-feira, 30, durante conversa pessoal do peão consigo mesmo na área externa do confinamento da Record TV.

“Duas mulheres expulsas por agressões contra homens. Mulherada tá se aproveitando da lei [Maria da Penha], daqui a pouco vamos precisar da lei ‘João da Penha’, se não vai ficar complicada para a gente [homem], ficar apanhando da mulherada assim sempre”, afirmou o ex-Polegar.

Entenda

Catia Paganote foi expulsa ao vivo de A Fazenda 10 após episódio com Evandro Santo
Créditos: Reprodução/RecordTV
Catia Paganote foi expulsa ao vivo de A Fazenda 10 após episódio com Evandro Santo

A fala de Rafael Ilha faz referência às expulsões de Nadja Pessoa e Catia Paganote que foram eliminadas de A Fazenda após agredirem dois participantes durante estadia no confinamento.

No começo deste mês, Pessoa, em desentendimento com Caique Aguiar acabou sendo retirada do jogo. Já na quinta-feira, 29, foi a vez da ex-paquita Paganote dá adeus à competição por agredir Evandro Santo.

Em ambos os casos, a direção do programa da Record TV decidiu que houve agressão das peoas em relação aos colegas de confinamento, quebrando, portanto, uma das principais regras do reality que proíbe agressão física entre os competidores.

Quem é Maria da Penha?

Maria da Penha Maia Fernandes é uma farmacêutica brasileira, natural do Ceará, que foi vítima de tentativa de feminícidio em duas ocasiões, provocadas por seu ex-marido, o colombiano naturalizado brasileiro Marco Antonio Heredia Viveros. Em decorrência das violências sofridas, ela perdeu o movimento das pernas.

Sua luta por justiça se tornou um marco no país e seu nome acabou dando origem a lei 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, sancionada pelo ex-presidente Lula em 2006.

A lei cria mecanismo para coibir a violência familiar contra a mulher, é considerada uma das três mais eficazes no mundo no combate à violência doméstica, e já ajudou milhares de mulheres no Brasil.

Maria da Penha foi vítima de duas tentativas de feminícidio praticadas por seu ex-marido
Créditos: Arquivo Pessoal
Maria da Penha foi vítima de duas tentativas de feminícidio praticadas por seu ex-marido

Em entrevista à Catraca Livre em março de 2017, Maria da Penha avaliou a criação da lei como positiva, e disse que “as falhas existentes não estão na lei em si, mas nos aplicadores”.

“São falhas oriundas da cultura machista. Alguns delegados, promotores e juízes ainda deixam que o machismo intrínseco na sociedade tenha uma interferência negativa nos casos que julgam”, pontuou.

Para a cearense, o maior desafio da lei é que os gestores públicos sejam mais comprometidos em criar políticas para apoiar e orientar as vítimas. Além disso, é preciso que as delegacias da mulher funcionem 24 horas por dia, durante toda a semana, nas grandes cidades.

Atualmente aos 73 anos, Penha não deixou a luta de lado, e continua na militância feminista atuando por meio da imprensa, ao divulgar sua história e debater os casos de violência contra a mulher, além de palestras em instituições.